O Tribunal de Bolonha, na Itália, deve começar o processo de julgamento da extradição de Henrique Pizzolato em maio, de acordo com o Estado de S. Paulo. Caso a Justiça italiana aprove a extradição do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil e condenado no caso mensalão, a defesa dele deve recorrer à Corte Europeia de Direitos Humanos, segundo fontes ouvidas pelo jornal.
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Único réu no caso do mensalão que fugiu, Pizzolato passou pela Argentina, Espanha e entrou na Itália com um passaporte falso de um irmão que morreu há mais de 30 anos. Ele foi descoberto na cidade de Maranello, norte do país, e foi preso em fevereiro.
A primeira audiência deverá acontecer na segunda quinzena de maio em Bolonha, mas não deve ser a última, porque Pizzolato não quer voltar ao Brasil. Em declarações a juízes italianos, ele diz que "quer ficar na Itália até o fim de sua vida", e que "não tem mais para onde ir".
Para impedir a possível extradição, a defesa de Pizzolato usou a tese de que o sistema carcerário brasileiro não condiz com os princípios básicos de direitos humanos. Na última semana, o Ministério Público da Itália pediu que o governo brasileiro esclarecesse se os presídios do País têm condições de receber o condenado, caso ele seja extraditado. Com base no pedido de informações, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e ao presidente do STF, Joaquim Barbosa, a indicação de um presídio localizado no Rio de Janeiro, em Santa Catarina e no Distrito Federal.
Henrique Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão por lavagem de dinheiro e peculato na Ação Penal 470.