Cerveró condenado a 5 anos de prisão por lavagem de dinheiro

26 mai 2015 - 21h11
(atualizado em 25/9/2015 às 12h21)

A Justiça Federal do Paraná condenou nesta terça-feira o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró a 5 anos de prisão em regime inicial fechado por lavagem de dinheiro na compra de um imóvel que, segundo a sentença, foi adquirido com recursos de propina quando atuava como executivo da estatal.

Ex-diretor da Petrobras Nestor Cervero na CPI 2/12/2014
Ex-diretor da Petrobras Nestor Cervero na CPI 2/12/2014
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

A sentença também determina o confisco do imóvel, localizado no Rio de Janeiro, e seu leilão, para que os recursos da venda da propriedade sejam destinados à Petrobras e o pagamento de multa pelo ex-diretor da estatal, que está preso acusado de envolvimento no esquema de corrupção na empresa.

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"O imóvel foi adquirido com recursos provenientes de pagamentos de vantagens indevidas recebidas por Nestor Cuñat Cerveró nos contratos conduzidos sob sua responsabilidade como Diretor Internacional da Petrobras", afirma a sentença.

"Condeno Nestor Cuñat Cerveró pelo crime de lavagem consistente na aquisição, com ocultação e dissimulação da titularidade, origem e natureza dos recursos criminosos empregados, do imóvel."

A defesa do ex-diretor informou que irá recorrer ao Tribunal Regional Federal e questionou a rapidez da decisão, que teria sido proferida apenas 15 horas após a apresentação dos argumentos da defesa.

"Denota-se que a decisão condenatória, pela rapidez de seu proferimento ... já estava pronta e sacramentada, aguardando, apenas, a formalização de sua entrega pela defesa, independentemente de qualquer argumento defensivo", disse o advogado Edson Ribeiro, em comentário enviado à Reuters. "Creio que devemos, no mínimo, refletir sobre esse fato."

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Após a sentença, o Ministério Público Federal (MPF) entrou com um recurso solicitando o aumento da pena e a interdição do ex-diretor da Petrobras para o exercício de cargo ou função nas esferas pública e privada.

A Lava Jato investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras no qual, segundo o Ministério Público, as empreiteiras atuavam em cartel para vencer as licitações de obras da estatal e, em troca, pagavam propina a funcionários da estatal, a operadores que lavavam o dinheiro do esquema, a políticos e partidos.

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