A Justiça Federal de Brasília negou um pedido feito pelo Ministério Público Federal de decretar a prisão preventiva do coronel João Baptista Lima Filho e do advogado José Yunes, amigos do presidente Michel Temer, além do ex-assessor especial Rodrigo Rocha Loures e outras cinco pessoas que foram denunciadas pelo MPF no chamado caso do "quadrilhão do PMDB" da Câmara, em decisão divulgada nesta quarta-feira.
A decisão do juiz federal Marcus Vinícius Reis Bastos, obtida pela Reuters, foi dada na segunda-feira, dia em que ele também aceitou a denúncia por organização criminosa contra os amigos de Temer e outros envolvidos por organização criminosa.
Segundo o magistrado, não há como determinar a prisão do coronel Lima, Yunes, Rocha Loures e outros dois acusados sob o argumento usado pelo Ministério Público.
Para o MPF, diante das notícias de que o presidente Michel Temer "pretende candidatar-se à reeleição presidencial este ano" isso levaria ao risco de "reiteração de condutas criminosas (...), com o fim de garantir a perpetuação do grupo criminoso no controle da máquina estatal federal".
"Afirmar que a anunciada candidatura de Michel Temer à Presidência da República (reeleição) importe na permanência da empresa criminosa e na prática de ilícitos penais por parte dos requeridos demanda a indicação de fatos atuais (contemporâneos) nesse sentido, circunstância que não se verificou", disse o juiz, em decisão de nove páginas.