Justiça quebra sigilo de mais oito no caso Flávio Bolsonaro

Senador, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, é alvo de investigação criminal aberta pelo MP-RJ com base em relatórios do Coaf

28 jun 2019 - 18h11
(atualizado às 19h20)

O juiz da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, Flávio Itabaiana, determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário de outras oito pessoas vinculadas ao antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Dois meses atrás ele já havia levantado os sigilos de 86 pessoas e nove empresas.

Flávio Bolsonaro durante cerimônia em Brasília
20/03/2019 REUTERS/Adriano Machado
Flávio Bolsonaro durante cerimônia em Brasília 20/03/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Adriano Machado / Reuters

Além disso, o juiz reforçou a fundamentação para a quebra dos sigilos. A falta de fundamentos - inicialmente resumidos em apenas uma linha de texto - é objeto de um habeas corpus impetrado pela defesa do senador.

Publicidade

"Fica muito claro que eles tentam sanar os vícios da primeira decisão que não tinha a fundamentação necessária para justificar uma medida dessa dimensão", disse o advogado de Flávio, Frederick Wassef. A 27a Vara Criminal e o Ministério Público do Rio (MP-RJ), autor do pedido, não quiseram se manifestar. O processo corre em segredo de Justiça.

O senador, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, é alvo de um procedimento de investigação criminal (PIC) aberto pelo MP-RJ no ano passado com base em relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontam movimentações atípicas do ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz. O caso foi revelado pelo Estado em dezembro do ano passado. O senador é investigado por suspeita de lavagem de dinheiro, peculato e organização criminosa. Ele nega.

Na semana passada, o desembargador Antonio Carlos Nascimento Amado, relator do caso na 3a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), negou um pedido liminar da defesa para suspender a quebra de sigilos. Dias antes, o TJ-RJ havia acatado pedido semelhante de uma das nove empresas que tiveram os sigilos levantados.

Segundo o advogado do senador, a fundamentação exígua do juiz da 27ª Vara Criminal para a quebra de sigilos vai continuar no alvo da defesa. "As novas medidas não vão revalidar os erros cometidos lá atrás", disse Wassef.

Publicidade
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se