O vereador e presidente da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte, Wellington Magalhães (PTN), foi afastado pela Justiça mineira por 60 dias. Investigações do Ministério Público Estadual apontam para o envolvimento de Magalhães num esquema que pode ter desviado quase R$ 20 milhões da Casa a partir da contratação de uma empresa de publicidade. A Polícia cumpriu mandados de busca na casa do parlamentar e no gabinete do vereador.
Carros de luxo, uma mansão de 1.700 metros quadrados na orla da Lagoa da Pampulha e uma casa de veraneio em um condomínio em Esmeraldas, região metropolitana de Belo Horizonte. Para o Ministério Público, Polícia Civil, Ministério Público de Contas e a Receita Estadual esses bens não condizem com os rendimentos de um vereador da capital mineira.
A aquisição dos automóveis e imóveis seria resultado de um esquema criminoso organizado pelo vereador durante o período em que esteve na presidência do legislativo municipal. Levantamentos feitos pela comissão que coordena a operação Santo de Casa revelaram o aumento expressivo nos contratos com a empresa que inspirou o nome da ação. Os gastos da Câmara com comunicação saltaram de R$ 7,5 milhões entre 2013 e 2014 para R$ 18 milhões em 2015. A Santo de Casa Produções teria emitido notas fiscais de serviço que não foram realizados.
Já no fim da tarde dessa terça-feira (6) a assessoria de imprensa da Casa emitiu uma nota informando que a condução dos trabalhos ficará sob o vereador Henrique Braga (PSDB) até o fim do prazo estabelecido pela Justiça. Terceiro vereador mais votado nas eleições de 2016, Magalhães está em seu terceiro mandato e foi reeleito com 13.191. Presidente do partido em Minas Gerais, sua biografia traz a informação de que “Neste mandato, pretende edificar ainda mais seu trabalho na área social, buscando desenvolver com as comunidades seus projetos de educação e saúde e levar ao Executivo as reivindicações da sociedade, que clama por uma cidade mais justa e igual para todos”. Wellington Magalhães ainda não se pronunciou sobre o caso.
Outros vereadores “enrolados” com a Justiça
Também nessa terça-feira, 10 vereadores de Osasco (SP) foram presos depois que o Ministério Público descobriu um esquema no qual os parlamentares lotavam funcionários fantasmas em seus gabinetes. Além da fraude, os vereadores também ficavam com parte dos salários dos empregados que efetivamente trabalhavam. A suspeita é de que mais de R$ 20 milhões foram desviados.
Em Porto Alegre o ex-jogador Jardel voltou a se envolver em polêmica. Ele pode ser cassado se as suspeitas de crimes semelhantes aos praticados pelos vereadores em Osasco forem confirmadas, mas pediu para ser aposentado por invalidez. Artilheiro e herói de títulos importantes do Grêmio na década de 90, Jardel aguarda a análise do laudo psiquiátrico que justificaria a aposentadoria.