A defesa do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, contesta a informação de que ele teria mandado o policial Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como “Careca”, entregar dinheiro ao ex-governador de Minas Gerais Antonio Anastasia (PSDB) e ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como o agente afirmou em depoimento aos investigadores. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Anastasia e Cunha negaram ter recebido dinheiro de do esquema de Youssef. Os defensores do doleiro veem “cunho político” nas declarações de Careca, dadas em novembro do ano passado.
“Ele não conhece o Eduardo Cunha, nunca teve pedido do Eduardo Cunha, não sabe nada a respeito de entregar dinheiro para o Eduardo Cunha, assim como para o Anastasia”, disse o advogado de Youssef, Antônio Basto Figueiredo.
No entanto, o doleiro, que está preso na superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde março do ano passado, citou o deputado do PMDB em sua delação premiada no âmbito da Lava Jato.
Embora negue pagamentos aos dos citados por Careca, o advogado de Youssef diz que o doleiro mandou o policial federal entregar R$ 1 milhão em Minas Gerais, Estado governado até o ano passado por Anastasia. Figueiredo não soube informar o destinatário nem a data da remessa.
Em seu depoimento à PF, Careca disse que a quantia foi repassada em 2010 ao então candidato à reeleição ao governo mineiro. O agente também afirmou que só soube que se tratava de Anastasia após a disputa eleitoral. O tucano nega.