Lava Jato: dono de empreiteira tinha contato com PT e PSDB

21 nov 2014 - 08h10
Sede da Petrobras no centro do Rio de Janeiro na semana passada. 14/11/2014
Sede da Petrobras no centro do Rio de Janeiro na semana passada. 14/11/2014
Foto: Sergio Moraes / Reuters

Ricardo Pessoa, dono da UTC, empresa investigada na Operação Lava Jato da Polícia Federal, disse, em depoimento, que tinha "contato próximo" com pessoas que arrecadavam doações para campanhas do PT e do PSDB. A informação foi publicada nesta sexta-feira pela Folha de S. Paulo. 

O empreiteiro afirmou que se relacionava com todos através de João Vaccari Neto, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, e um representante tucano identificado por ele como "doutor Freitas", que pode se referir a Sérgio de Silva Freitas, ex-executivo do Itaú que atuou na arrecadação de campanhas do PSDB em 2010 e em 2014. 

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Procurado pelo jornal, Vaccari Neto não foi localizado para comentar o assunto. Freitas, por sua vez, confirmou que se encontrou com Pessoa neste ano, na sede da UTC, para conseguir recursos para a campanha presidencial do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

"Era um grupo de pessoas que fazia isso para o partido. Os integrantes desse grupo são todos ligados ao partido, todo mundo se esforçou por isso, eu sou um de muitos", disse à Folha, explicando ainda que não participava da arrecadação, mas do "convencimento".

Clube de empreiteiras

De acordo com depoimentos de delação premiada de executivos da Toyo Setal, as empresas suspeitas de participação no esquema de desvio de recursos de obras da Petrobras criaram um clube, articulado com a diretoria da estatal, para organizar quem participaria e quem venceria as licitações. Ricardo Pessoa, na ocasião, foi apontado como coordenador do esquema.  

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“Ricardo tinha papel de destaque também como coordenador do cartel de empreiteiras, sendo responsável inclusive pelo pagamento de propinas a agentes públicos”, diz o parecer do Ministério Público Federal que pediu a prisão preventiva do empresário.  

“Era ele quem convocava os representantes das empresas para as reuniões, entregava as listas para Renato Duque e estabelecia o contato direto com ele; que Ricardo Pessoa era ‘o meio de campo’, ‘o intermediário’ com Duque”, explicou à polícia Augusto Ribeiro Mendonça Neto, um dos executivos da Toyo Setal. 

Fonte: Terra
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