Executivos presos durante a Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras, estão se desligando das empreiteiras com a expectativa de convencer a Justiça a autorizá-los a deixar a cadeia, de acordo com informações da Folha de S. Paulo.
O jornal apurou que três casos recentes indicam que essa estratégia foi adotada por advogados que representam ex-integrantes de empresas suspeitas de formar um cartel que atuava na petroleira.
Apontado como líder do grupo, Ricardo Pessoa renunciou à presidência da UTC Engenharia e da UTC Participações no dia 9. Na OAS, saíram da presidência e da diretoria financeira, respectivamente, José Aldemário Pinheiro Filho, também conhecido como Léo Pinheiro, e Mateus Coutinho de Sá, no dia 1º de dezembro.
Os três seguem presos preventivamente desde o dia 14 de novembro na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
As defesas podem usar as saídas das empresas para argumentar à Justiça que os ex-executivos não têm como interferir nas investigações e nos negócios das empreiteiras. O juiz Sergio Moro, responsável pelo processo da Lava Jato, argumentou que a possibilidade de continuar cometendo crimes é um dos motivos para a decretação das prisões.
Os advogados da OAS já entraram com pedido de habeas corpus para Pinheiro e Coutinho no dia 23 de dezembro no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O pleito não foi acolhido em decisão provisória.
A defesa de Pessoa não entrou com pedido de habeas corpus desde que ele foi desligado da companhia.