A Polícia Federal (PF) e a Procuradoria Geral da República (PGR) cumprem nesta terça-feira 53 mandados de busca e apreensão em sete Estados, referentes a políticos investigados na Operação Lava Jato. A ação tem como alvo o senador e ex-presidente da República Fernando Collor (PTB-AL), o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE).
A PF fez buscas nas residências de Collor em Maceió e em Brasília. Os policiais também foram à sede da TV Gazeta, afiliada da Rede Globo, que tem o ex-presidente como um de seus acionistas e à Organização Arnon de Mello (OAM). Outro alvo é um apartamento no bairro de Ponta Verde, área nobre da capital alagoana, que está em nome de Collor.
A entrada dos agentes no apartamento de Collor em Brasília gerou críticas do diretor da Polícia Legislativa do Senado, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, e do advogado da Casa, Alberto Cascais. Segundo eles, os policiais não apresentaram um mandado e não observaram uma resolução segundo a qual as buscas deveriam ser cumpridas pelos agentes legislativos. "O que houve aqui foi uma simples invasão, porque esse mandado não foi apresentado a ninguém", disse.
O advogado de Ciro Nogueira, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, criticou a ação da PF. Segundo ele, o parlamentar se colocou à disposição seus sigilos bancários, fiscal e telefônico. "Não vejo nenhum sentido nessa busca, acho é um momento policialesco no Brasil, extremamente negativo. Estamos vivendo em um momento em que a exceção virou regra", disse. "Nós não tivemos acesso à delação de Ricardo Pessoa (presidente da UTC), citada no mandado. O primeiro direito do cidadão é ser bem acusado", acrescentou.
Em nota, o senador Fernando Coelho também disse ter se colocado à disposição das investigações. "O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) manifesta sua confiança no trabalho das autoridades que conduzem este processo investigatório e continua, como sempre esteve, à disposição para colaborar com os ritos processuais e fornecer todas as informações que lhe forem demandadas; inclusive, de documentos que poderiam ter sido solicitados diretamente ao senador, sem qualquer constrangimento", disse.
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Além de Alagoas, os outros Estados com busca e apreensão são Distrito Federal, Bahia, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas e Santa Catarina.
De acordo com a PGR, os mandados foram expedidos pelos ministros do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski nas investigações em curso no STF relacionadas à Operação Lava-Jato. Esta é a primeira fase da Lava-Jato no STF e foi batizada de Politeia.
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As buscas estão sendo cumpridas nas residências dos investigados, em seus endereços funcionais, em escritórios de advocacia e nas sedes das empresas a eles vinculadas.
Em nota, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que “as medidas são necessárias ao esclarecimento dos fatos investigados no âmbito do STF, sendo que algumas se destinaram a garantir a apreensão de bens adquiridos com possível prática criminosa e outras a resguardar provas relevantes que poderiam ser destruídas caso não fossem apreendidas”.