Lava Jato: PF investiga elo de tesoureiro do PT e doleiro

28 set 2014 - 09h27
(atualizado em 29/9/2014 às 11h16)
<p>Sede da Petrobrás no Rio de Janeiro; PF realiza buscas de documentos no âmbito da operação Lava-Jato</p>
Sede da Petrobrás no Rio de Janeiro; PF realiza buscas de documentos no âmbito da operação Lava-Jato
Foto: Bruno Domingos / Reuters

A Polícia Federal iniciou uma nova investigação dentro da Operação Lava Jato que apura a possível relação entre o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e Alberto Youssef. As informações são dos jornais Folha de S. Paulo e Estadão.

Segundo a PF, existem investimentos feitos por fundos de pensão de estatais em empresas ligadas ao doleiro e que teriam sido negociadas por Vaccari Neto. 

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De acordo coma Folha, os fundos Petros, dos empregados da Petrobras, e Postalis, dos Correios, teriam aplicado uma quantia próxima a R$ 70 milhões, negociada pelo tesoureiro.

O dinheiro era usado para o pagamento de propinas de empreiteiras e fornecedores da Petrobrás aos políticos de diversos partidos, incluindo o PT, que apoiavam o governo no Congresso.

A polícia encontrou e-mails trocados entre pessoas ligadas a Youssef e Vaccari que revelavam um esquema de captação de recursos para o Trendbank – empresa que administra fundos de investimento. Nesse esquema existiam empresas de fachada, como a Rockstar Marketing e JSM Engenharia e Terraplanagem, que ofereciam garantia de contratos com construtoras e recebiam recursos de fundos. Vaccari teria ajudado os operadores do doleiro a fazer contato com o Petros em 2012 para isso.

A investigação, ainda, apura a participação do operador do mercado financeiro, Enivaldo Quadrado, como o elo entre os dois. Quadrado foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal por ter dinheiro do mensalão no início do governo Lula e que mais tarde passou a trabalhar para o doleiro.

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Vaccari esteve na sede de uma empresa de Youssef, a GFD, um mês antes de estourar a Operação Lava Jato. A GFD era a empresa usada por Quadrado para captar recursos dos fundos de pensão.

O tesoureiro nega ter participado do esquema. Ele disse que conhece Youssef e foi à GFD, mas não revelou o motivo da visita.

Em nota enviada ao Terra, a Petros reiterou que “todos os investimentos da Fundação passam por avaliações de rating externas, respeitam as melhores práticas de governança corporativa, a legislação vigente e os preceitos estabelecidos pelas suas políticas de investimento”.

A empresa disse ainda que “suas avaliações de investimento são técnicas” e que, em julho de 2010, a “Petros aprovou o investimento de R$ 23 milhões no FIDC Trendbank, limitado a 25% do total desse fundo. Os aportes no Fundo ocorreram em agosto/2010, março, abril e maio/2011”. “A Petros ressalta, ainda, que não houve nenhum aporte no Trendbank no ano de 2012 ou a partir desta data”, concluiu a nota.

Doleiro vai fazer “confissão total dos fatos”

Alberto Youssef fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e vai fazer os primeiros depoimentos ainda nesta semana, segundo informou seu advogado, Antonio Figueiredo de Bastos ao Estadão.

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O doleiro teria aceitado entregar o esquema do Lava Jato, ajudando a Justiça com a confissão integral dos fatos, respondendo a tudo o que for questionado e colaborando de forma responsável. Todas as pessoas apontadas por ele terão direito de se defender.

Alberto Youssef está preso desde 17 de março. A Polícia Federal e a Procuradoria atribuem a ele papel central em um esquema de lavagem de dinheiro que pode ter alcançado R$ 10 bilhões.

O doleiro já é réu em cinco ações criminais da Lava Jato. Na semana passada, a Justiça Federal o condenou a 4 anos e 4 meses de prisão por corrupção ativa no âmbito do caso Banestado – evasão de divisas nos anos 1990.

Fonte: Terra
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