Todas as pessoas ligadas ao Senador Aécio Neves, presidente do PSDB nacional, citadas nas gravações feitas por Joesley Batista, um dos donos da JBS, foram presas um dia depois do jornal O Globo publicar os diálogos nos quais o senador pede R$ 2 milhões ao empresário. O dinheiro seria usado para pagar os custos com a defesa do presidente do PSDB no processo da Lava-Jato, mas foi parar nas contas de uma empresa do também senador de MG, Zezé Perrela, do PMDB. O ministro Edson Fachin pediu o afastamento do senador e encaminhou o pedido de prisão ao plenário do STF.
A irmã de Aécio Neves, Andreia é apresentada como a pessoa que tem papel fundamental na construção da imagem de Aécio como gestor competente que saneou as finanças de Minas Gerais.
Para a Procuradoria Geral da República e Polícia Federal foi ela quem aproximou o irmão de Joesley. A investigação tem imagens e áudios que comprovam a relação dos três.
Ela estava em seu apartamento na cidade de Nova Lima, localizada na Região Metropolitana de BH, quando a Polícia Federal cumpriu o mandado de prisão. Equipes da PF também estiveram no apartamento de Andrea no Edifício Presidente Tancredo Neves, no Rio de Janeiro. A irmã de Aécio foi levada para a superintendência da PF.
"Tem que ser um que a gente mata antes de fazer delação"
Além de Andréa, também foram presos o primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, a quem o senador indicou para buscar as malas com o dinheiro em São Paulo e o secretário parlamentar de Zezé Perrela, Mendherson Souza Lima, quem buscou a quantia em um hotel na capital paulista e seguiu de carro para a capital mineira.
Frederico foi presidente da Companhia Energética de Minas Gerais quando Aécio governou o Estado e estava em sua casa, num condomínio de luxo em Nova Lima.
Mendherson fez o valor chegar nas contas de uma das empresas do filho de Zezé, Gustavo Perrela, secretário nacional de Futebol do Ministério do Esporte e também dono do helicóptero apreendido com cocaína em novembro de 2013, durante o exercício de seu mandato como deputado estadual. Um ano depois, Gustavo chegou a concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Solidariedade, mas não foi eleito.
Em nota, Zezé Perrela, disse que nunca recebeu dinheiro da JBS, confirmou a ligação entre seu secretário e Fred e afirmou que espera que os dois possam se defender.
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— Zeze Perrella (@zezeperrella) 18 de maio de 2017
Joesley também teria apresentado gravações do presidente da República, Michel Temer, em que teria sugerido que se mantivesse pagamento de mesada ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e ao doleiro Lúcio Funaro para que esses ficassem em silêncio. A Presidência da República divulgou nota ontem (17) na qual informa que Temer "jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha", que está preso em Curitiba, na Operação Lava Jato.