Aliados do presidente Michel Temer atuam para garantir quorum na Câmara dos Deputados nos próximos dias a fim de assegurar que a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer seja votada pelo plenário da Casa até no máximo a sexta-feira da próxima semana.
A intenção dos governistas é evitar o prolongamento da análise da denúncia feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer por corrupção passiva. A Câmara decidirá se autoriza o Supremo Tribunal Federal (STF) a julgar se a denúncia será recebida ou não.
Um dos vice-líderes do PMDB na Câmara e recém-nomeado integrante da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Carlos Marun (MS), afirmou que o governo vai trabalhar para garantir quorum mínimo nas sessões da Casa em todos os próximos dias úteis.
Isso permitirá o cumprimento do calendário estabelecido pelo governo para votar o parecer do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) ou da tese vencedora na quarta-feira da próxima semana na CCJ e dois dias depois em plenário.
O governo não quer prolongar a apreciação do caso na Câmara.
Nesta quarta-feira às 15h, o advogado de Temer, Antonio Claudio Mariz de Oliveira, vai apresentar a defesa escrita do presidente. A oposição, contudo, vai atuar para adiar ao máximo a tramitação do processo.
O presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco, vai se reunir na quarta-feira com o relator a fim de fechar o procedimento para análise da denúncia.
Pacheco deu indicações de que não deverá aceitar a produção de provas. A oposição já apresentou mais de 10 requerimentos para ouvir Janot e outras pessoas citadas no caso.
"Em tese, não é possível essa dilação probatória na Câmara dos Deputados", disse Pacheco, em entrevista na noite de terça-feira.