O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, condenou o ex-governador Sérgio Cabral a mais 11 anos e 3 meses de prisão por corrupção passiva no processo aberto a partir das investigações da Operação C'est Fini, desdobramento da Lava Jato fluminense.
A decisão incluiu ainda o ex-secretário de Governo, Wilson Carlos (14 anos e 2 meses de prisão), o ex-presidente do Departamento de Estradas de Rodagem do Rio (DER-RJ), Henrique Ribeiro (20 anos, 9 meses e 25 dias de prisão), o chefe de gabinete dele, Lineu Martins (16 anos, 6 meses e 25 dias de prisão) e o suposto operador financeiro do grupo, Luiz Carlos Bezerra (7 anos e 9 meses de prisão).
De acordo com a denúncia da Lava Jato, os agentes públicos receberam R$ 18,1 milhões em propina para beneficiar a empreiteira União Norte Fluminense Engenharia em obras de rodovias estaduais administradas pelo DER-RJ.
Segundo a força-tarefa, o dinheiro foi pago em espécie em troca de contratos para a pavimentação da RJ 230 e de estradas no norte fluminense, para a conservação do município de São Fidélis e para obras da RJ 220 e RJ 186.
A empresa fechou acordo de leniência com a força-tarefa e admitiu o esquema, que teria funcionado durante os dois mandatos de Cabral.
Nos termos da sentença, os condenados que estão soltos poderão recorrer em liberdade.
Preso desde novembro de 2016, Sérgio Cabral acumula 17 sentenças que somam mais de 332 anos de cadeia.
Com a palavra, o advogado Márcio Delambert, que defende Sérgio Cabral
"A sentença reconheceu a condição do ex-governador como colaborador da justiça, mas a defesa vai recorrer pois não concorda com as penas aplicadas."
Com a palavra, as demais defesas
Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com as defesas, mas sem sucesso. O espaço permanece aberto a manifestações.