Centrais, movimentos sociais e partidos se unem por Lula

1 mai 2018 - 21h24
Ato unificado na Praça Santos Andrade em Curitiba (PR)
Ato unificado na Praça Santos Andrade em Curitiba (PR)
Foto: Rodrigo Félix Leal / Futura Press

Milhares de pessoas de vários estados do país se reuniram hoje (1º) em Curitiba em um ato unificado das sete maiores centrais sindicais do Brasil para defender bandeiras trabalhistas, celebrar o Dia do Trabalhador e pedir a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso na capital paraense desde o dia 7 de abril para cumprir a pena de 12 anos e um mês pelo caso do triplex do Guarujá. O lema do ato foi "Todos juntos em defesa dos direitos e da democracia".

Os discursos dos dirigentes sindicais durante o ato destacaram a importância da união histórica da esquerda brasileira. Eles falaram sobre a importância da união dos movimentos progressistas e de esquerda do país para defender a democracia, impedir o retrocesso de direitos sociais e viabilizar a candidatura de Lula nas próximas eleições. Os sindicalistas destacaram que houve atos em defesa de Lula em diversos países da América Latina e Caribe, incluindo Cuba, Uruguai e Argentina, além do México.

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Esta é a primeira vez desde a redemocratização do país que os representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Intersindical sobem no mesmo palanque para defender pautas comuns.

Os pré-candidatos à Presidência da República, Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela D'Ávila (PCdoB), também apoiaram Lula publicamente e disseram que vão continuar resistindo aos cortes de direitos. "Curitiba é hoje o símbolo da nossa unidade e resistência, pois aqui está preso o maior líder político do país", disse Manuela. "Nesse primeiro de maio vemos a velocidade com que as elites destroem o Estado brasileiro. Vimos o fim da CLT [Consolidação das Leis Trabalhistas], com a reforma trabalhista. E resistimos".

A presidente do Partido dos Trabalhadores, senadora Gleisi Hoffmann, agradeceu o apoio e a presença das centrais sindicais e dos partidos políticos e destacou a importância da união de forças. "Esse ato tem um grande significado político. Não é um ato apenas de reivindicação econômica dos direitos dos trabalhadores, mas é sobretudo um ato de defesa da democracia, dos direitos do povo brasileiro e do Estado Democrático de Direito", disse.

A senadora também disse que o ex-presidente Lula "está bem" fisicamente, emocionalmente e especialmente politicamente. Durante o ato, ela leu uma carta escrita por Lula na prisão destinada aos manifestantes. Ele diz estar preocupado com os rumos do país e afirma que vai mostrar que é inocente usando todas as ferramentas possíveis.

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Além de sindicalistas, representantes de movimentos sociais do campo e da cidade, entre eles, as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, participaram da manifestação. Partidos políticos de esquerda também estavam presentes, entre eles, PCdoB, PDT, PSB, PCB e PCO.

Muitos políticos também marcaram presença no ato, como os senadores Roberto Requião (PMDB), Lindbergh Farias (PT) e Vanessa Grazziotin (PCdoB), o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta, as deputadas federais Jandira Feghali e Benedita da Silva.

Lula

De acordo com participantes do ato em Curitiba contatados pela Agência Brasil por telefone, as pautas trabalhistas ficaram em segundo plano. A manifestação de hoje teve como foco a prisão de Lula, considerada injusta e política pelos militantes.

Pela manhã, milhares de pessoas foram até os arredores da sede da PF para desejar um bom dia coletivo ao ex-presidente Lula, preso no local. A Secretaria de Segurança do Paraná reforçou a segurança nos arredores da sede da Polícia Federal.

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No início da tarde, uma multidão saiu em marcha por cerca de 8 quilômetros, do Acampamento Marisa Letícia, nos arredores da sede da PF em Curitiba, até a Praça Santos Andrade, também conhecida como Praça da Democracia, na região central da capital.

No centro da cidade, ao longo da tarde houve programação cultural com shows de artistas populares, entre eles, o rapper Flávio Renegado e a cantora Ana Cañas. A sambista Beth Carvalho abriu seu show sob gritos que pediam a liberdade de Lula e foi ovacionada quando cantou o samba "Lula livre!", do compositor Claudinho Guimarães. Ao fim da apresentação, a multidão reunida na praça gritou "Fora Moro".

A reportagem tentou contato com a Secretaria de Estado de Segurança do Paraná, mas não conseguiu resposta sobre a quantidade de pessoas que estavam nas ruas da capital paranaense hoje e se houve contratempos.

Agência Brasil
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