A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou nesta terça-feira (20) suas alegações finais na ação que investiga o pagamento de propina da empreiteira OAS na posse de um apartamento tríplex na praia do Guarujá, em São Paulo.
O prazo final para defesa e acusação apresentarem seus relatórios ao juiz Sergio Moro, que lidera as ações da Operação Lava Jato, é esta terça. A partir de amanhã (20), a sentença poderá sair a qualquer momento.
Em uma transmissão ao vivo no Facebook, os advogados detalharam a defesa de Lula, que tem como ponto central o fato de que o apartamento está em posse da Caixa Econômica Federal. De acordo com Cristiano Zanin, a OAS transferiu o imóvel, a partir de 2010, para um fundo do banco, não podendo assim negociá-lo com o ex-presidente.
"Nós estamos protocolando hoje as alegações finais. A defesa conseguiu reunir mais provas que provam a inocência do presidente Lula. Estamos apresentando a prova contundente e cabal da inocência do presidente Lula e da improcedência da acusação", disse ainda Zanin.
Segundo o advogado, o procedimento feito pela Caixa comprova que o ex-mandatário não era dono da unidade 164A do Solaris.
"A Caixa indica uma agência e uma conta onde os valores referentes aos apartamentos devem ser depositados para que haja a liberação do imóvel. Só se houvesse depósito nessa conta da agência da Caixa, os imóveis do Solaris estariam liberados para venda, doação ou qualquer forma de transferência da propriedade", acrescentou Zanin.
Os defensores reafirmaram que as delações que envolveram Lula tinham como objetivo apenas dar benefícios judiciais aos delatores e que o caso não deveria estar nas mãos de Moro, mas sim do Supremo Tribunal Federal (STF).