O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) teria fechado acordo de delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República), o que teria agilizado sua saída da prisão, segundo informações do jornal Valor Econômico.
Fontes ouvidas pela publicação indicam que a pressão da família, que temia ver o parlamentar por mais tempo atrás das grades, foi determinante para que Delcídio levasse as negociações adiante.
Os advogados do senador negaram, por meio da assessorias de imprensa do parlamentar, que Delcídio tenha homologado um acordo de delação premiada. A assessoria do STF (Supremo Tribunal Federal) também nega que ele tenha recorrido ao recurso.
Vale lembrar que Antonio Figueiredo Basto, um dos advogados de Delcídio, ficou conhecido nacionalmente por fechar delações importantes na Operação Lava Jato, entre elas a do doleiro Alberto Yousseff.
De acordo com o Estado de S.Paulo, o senador afirmou a interlocutores no final de semana que não fará acordo de delação premiada com o Ministério Público e que se defenderá na Justiça e no Conselho de Ética do Senado. O parlamentar teria dito que quer reescrever sua história evitando o revanchismo.
Delcídio, que retoma sua atuação parlamentar nesta semana, será pressionado pelo PT para renunciar da presidência da Comissão de Assuntos Econômicos.
Segundo a Folha de S.Paulo, o parlamentar estuda tirar uma licença de 120 dias, sinaliza que não admitirá ter o mandato cassado e amaça entregar colegas caso isso aconteça. “Se me cassarem, levo metade do Senado comigo”, teria afirmado a interlocutores enquanto estava preso.
Na sexta-feira (19), o ministro do STF Teori Zavascki autorizou a soltura do senador petista, transformando a prisão preventiva em medidas cautelares alternativas.
A decisão determina que o ex-líder do partido no Senado fique em casa "no período noturno e nos dias de folga, enquanto o senador estiver no exercício do mandato". Além disso, Delcídio deverá comparecer quinzenalmente em juízo para descrever e justificar suas atividades e não poderá deixar o país.
Delcídio foi preso no dia 25 de novembro, acusado de obstruir investigações da Operação Lava Jato.