Dilma ataca oposição e volta a defender Lula

Presidente diz que opositores tentam dividir o país e condena forma como Lula foi levado para depor.

7 mar 2016 - 14h41
(atualizado às 14h56)
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

A presidente Dilma Rousseff acusou nesta segunda-feira (7) a oposição de agravar a crise política e voltou a criticar o controverso mandado de condução coercitiva para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, executado na sexta-feira passada.

"Justiça seja feita: sempre o presidente Lula aceitou, ao ser convidado para prestar esclarecimentos, ele sempre foi. Não tem o menor sentido conduzi-lo sob vara para prestar depoimento se ele jamais se recusou a ir", afirmou Dilma, em visita oficial a Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.

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Lula foi levado para depor na sexta-feira sob suspeita de ser beneficiário de dinheiro desviado de negócios envolvendo a Petrobras, aproximando ainda mais a Operação Lava Jato do governo Dilma.

No sábado, o juiz federal Sergio Moro, que autorizou a operação, emitiu nota oficial para justificar a ação. Criticado por alguns juristas e apoiadores do governo por suposto exagero, ele afirmou que a condução coercitiva faz parte de medidas investigatórias que visam o esclarecimento da verdade e não significam antecipação de culpa do ex-presidente.

Dilma rebateu ainda a alegação do Ministério Público Federal e de Moro de que o mandado de condução coercitiva tinha como objetivo evitar eventual tumulto no caso de um depoimento previamente marcado de Lula.

"Não cabe alegar que estavam protegendo [o Lula]. Como disse um juiz, era necessário saber se ele queria ser protegido porque tem certo tipo de proteção que é muito estranho", afirmou Dilma, que no sábado visitou Lula em São Bernardo do Campo e, um dia antes, já fizera um pronunciamento em defesa do ex-presidente.

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Críticas à oposição

Em meio a um momento de forte recessão e de turbulência política, acentuada pelas investigações da Lava Jato, Dilma disse que parte do atual momento do país decorre do comportamento daqueles que estão "inconformados" com a derrota em 2014 e querem antecipar a eleição de 2018.

"A oposição não pode sistematicamente ficar dividindo o país", disse a presidente. "Tem certo tipo de luta política que cria um problema sistemático, não só para a política, mas para a economia, para a criação de empregos, para o crescimento das empresas, porque ninguém fica satisfeito quando começa aquela briga."

A oposição anunciou nos últimos dias que pretende obstruir as votações na Câmara dos Deputados para acelerar o processo de impeachment da presidente. Opositores estão também participando ativamente da mobilização para as manifestações populares contra o governo, marcadas para o próximo domingo.

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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