Em carta a militantes, Lula se diz "tranquilo e indignado"

16 abr 2018 - 20h39
(atualizado em 17/4/2018 às 08h12)
Apoiadores de Lula nos arredores da PF em Curitiba
 10/4/2018    REUTERS/Rodolfo Buhrer
Apoiadores de Lula nos arredores da PF em Curitiba 10/4/2018 REUTERS/Rodolfo Buhrer
Foto: Reuters

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se disse tranquilo e indignado em carta lida pela presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), no acampamento em Curitiba onde militantes permanecem em apoio ao ex-presidente, preso desde 7 de abril, informou o partido.

Na carta, Lula agradece os simpatizantes que estão acampados nos arredores da Superintendência da Polícia Federal, onde o petista cumpre pena de 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá, litoral de São Paulo. Ele também desafia a Lava Jato a provar qualquer crimes que tenha cometido.

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"Eu ouvi o que vocês cantaram. Estou muito agradecido pela resistência e presença de vocês neste ato de solidariedade. Tenho certeza que não está longe o dia em que a Justiça valerá a pena. Na hora em que ficar definido que quem cometeu crime seja punido. E que quem não cometeu seja absolvido", escreveu Lula.

"Continuo desafiando a Polícia Federal da Lava Jato, o Ministério Público da Lava Jato, o Moro e a segunda instância a provarem o crime que alegam que eu cometi. Continuo acreditando na Justiça e por isso estou tranquilo, mas indignado como todo inocente fica indignado quando é injustiçado."

Lula foi condenado por, no entendimento do juiz federal Sérgio Moro e dos três desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), ter recebido o tríplex como propina paga pela empreiteira OAS em troca de contratos na Petrobras.

O petista lidera as pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial de outubro, mas deve ficar impedido de entrar na disputa por causa da Lei da Ficha Limpa, que torna inelegíveis condenados por órgãos colegiados da Justiça, caso da 8ª Turma do TRF-4.

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Lula, que é réu em outros seis processos criminais, nega ser dono do tríplex e afirma ser alvo de uma perseguição política promovida por setores do Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal e da imprensa com o objetivo de impedi-lo de ser candidato.

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