Ex-deputado Rocha Loures é preso após perder o mandato

3 jun 2017 - 10h23
(atualizado às 10h26)
Apelido de 'homem-bomba' é usado entre políticos em Brasília para falar de Rocha Loures
Apelido de 'homem-bomba' é usado entre políticos em Brasília para falar de Rocha Loures
Foto: Divulgação

O ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor especial do presidente Michel Temer, foi preso neste sábado (3) pela Polícia Federal em Brasília após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na Corte.

Loures foi detido em casa e conduzido à Superintendência da Polícia Federal na capital. A ordem de prisão autorizada por Fachin foi feita a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

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Loures é acusado de receber R$ 500 mil em propina da empresa JBS. Ele é investigado com Temer em inquérito aberto após as delações de executivos da empresa pelos crimes de corrupção, organização criminosa e obstrução da Justiça.

O primeiro pedido de prisão tinha sido negado por Fachin porque Loures ainda era deputado federal. Ele perdeu o cargo com o retorno do ex-ministro Osmar Serraglio, exonerado do Ministério da Justiça, à Câmara, de quem era suplente. Com a perda do foro privilegiado, Janot reiterou nesta quinta o pedido de prisão, que foi então aceito por Fachin.

O advogado do ex-parlamentar, Cezar Bittencourt, disse que a defesa está indignada com o fato de o STF não ter analisado os argumentos apresentados nesta sexta-feira à Justiça.

Em áudio gravado pelo empresário da JBS Joesley Batista, Temer teria afirmado que considerava Loures - filmado carregando uma mala de dinheiro após o encontro entre Joesley e o presidente - um intermediário para tratar com o empresário da JBS.

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A possibilidade de Loures aceitar negociar um acordo de delação premiada preocupa o Planalto e pode ter consequência negativas para Temer.

Nesta semana, Fachin autorizou o interrogatório de Temer à Polícia Federal. O depoimento será prestado por escrito, a pedido da defesa. Após a entrega das perguntas, o presidente terá 24 horas para enviar as respostas.

A investigação sobre Temer e Loures foi separada do inquérito que envolve o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). Eles eram investigados no mesmo processo no Supremo por terem sido citados nos depoimentos de Batista.

O interrogatório de Temer foi solicitado pela Procuradoria Geral da República com intuito de esclarecer a conversa mantida entre o presidente e Joesley Batista. A investigação contra o peemedebista, autorizada pelo próprio Fachin em 18 de maio, apura se, nesse diálogo, Temer deu aval ao empresário para o pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso desde outubro no âmbito da Lava Jato.

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