Janot envia ao STF delação de Lúcio Funaro para homologação

29 ago 2017 - 16h51
(atualizado às 16h58)
Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, durante seminário em Brasília
19/06/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, durante seminário em Brasília 19/06/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o acordo de delação premiada do empresário Lúcio Funaro para homologação pelo ministro Edson Fachin, relator da operação Lava Jato na corte, afirmou uma fonte à Reuters.

A colaboração de Funaro havia sido assinada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) na terça-feira da semana passada, após três meses de negociações. Janot pretende usar acusações a serem feitas do empresário em uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer.

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Segundo a fonte, o acordo, que está sob sigilo, terá de passar por homologação do STF porque envolve autoridades com foro privilegiado na corte, como Temer, ministros de Estado e parlamentares federais.

Pela praxe nesse tipo de acerto, Funaro terá de confirmar a Fachin --ou a um juiz designado por ele-- se todas as afirmações feitas foram prestadas de forma livre, espontânea e sem qualquer tipo de coação.

Se for homologada, a colaboração do empresário voltará para a PGR que deverá usar as afirmações em denúncia contra Temer, pedir a inclusão das acusações feitas por ele em investigações já em curso ou ainda requerer ao Supremo a abertura de inquéritos contra autoridades com foro.

Funaro foi preso há mais de um ano na Lava Jato e tentava desde o segundo semestre do ano passado fechar uma delação. Contudo, as negociações com a PGR só avançaram três meses atrás, quando ele contratou uma equipe de advogados, comandados pelo criminalista Antonio Figueiredo Basto, com experiência em colaborações premiadas.

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Janot tem ainda três semanas à frente do Ministério Público Federal --será substituído pela subprocuradora-geral da República Raquel Dodge-- e deu indicações de que fará uma nova acusação contra Temer. A Câmara barrou, no início deste mês, autorizar o Supremo a julgar uma denúncia contra Temer por corrupção passiva.

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