O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou ontem (13) ofício à diretoria da Polícia Federal (PF) pedindo a abertura de inquérito para investigar o vazamento de informações dos pedidos ao Supremo Tribunal Federal (STF) para prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do senador Romero Jucá (PMDB-RR), do ex-senador José Sarney (PMDB-AP) e do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por tentativa de obstrução das investigações da Operação Lava Jato.
A informação sobre o pedido de prisão foi divulgada semana passada pelo jornal O Globo. Segundo o jornal, o caso está sendo analisado pelo ministro Teori Zavascki.
Na sexta-feira (10), ao participar do encerramento de um encontro com representantes do Ministério Público Federal (MPF), em Brasília, Janot negou que o vazamento de informações sobre os pedidos de prisão tenha partido do MPF.
Na ocasião, sem citar nomes, o procurador rebateu críticas sobre o anúncio do vazamento.
"Não posso deixar de mencionar insinuações maledicentes que pululam na imprensa desde o início desta semana. Figuras de expressão nacional, que deveriam guardar imparcialidade e manter decoro, tentam disseminar a ideia estapafúrdia de que o procurador-geral da República teria vazado informações sigilosas para, vejam o absurdo, pressionar o Supremo Tribunal Federal e obrigá-lo a decidir em tal ou qual sentido, como se isso fosse verdadeiramente possível".