O novo juiz da Lava Jato, Eduardo Appio, solicitou na quarta-feira, 29, um pedido de reforço em sua segurança pessoal após o advogado Rodrigo Tacla acusar o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) de participação em um suposto crime de extorsão.
Na segunda-feira, 27, Eduardo Appio ouviu o depoimento de Tacla, que é investigado pelo crime de lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato. Durante a oitiva, Tacla entregou fotos e gravações que comprovariam a participação de Moro e do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) - ex-coordenador da força-tarefa da operação - no suposto crime.
No pedido feito à Justiça Federal, Appio requisitou um carro blindado e uma pistola Beretta, além de "apoio tático" da Polícia Federal. O juiz afirma estar sofrendo uma "onda de ameaças".
De acordo com o juiz federal, as ameaças são "consequência direta do poderio econômico, social (redes sociais) e político exercido" pelo ex-juiz e atual senador Moro e também pelo ex-procurador da Lava Jato e atual deputado federal Dallagnol.
Após a citação no depoimento, o juiz Eduardo Fernando Appio, da 13ª Vara Federal, interrompeu a sessão e remeteu o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF), devido ao foro especial de Moro e Deltan.
Na quarta-feira, 29, o ministro Ricardo Lewandowski pediu um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre as acusações. O procedimento é praxe. A PGR deve dizer se vê elementos para abrir uma investigação. O caso corre em sigilo.
O senador e o deputado afirmam que as acusações são falsas e vêm sendo usadas politicamente. Em nota, Moro chamou o advogado de "criminoso confesso e destituído de credibilidade". Também disse que as provas que o advogado diz ter foram "fabricadas". Dallagnol afirmou que a história é "requentada" e já foi investigada pela PGR.