Um juiz dos Estados Unidos condenou a Odebrecht nesta segunda-feira (17) a pagar US$ 2,6 bilhões em multas num caso de corrupção, selando um acordo de leniência entre a construtora e autoridades do Brasil, dos EUA e da Suíça, noticiou a agência de notícias Reuters.
O juiz distrital Raymond Dearie afirmou que cerca de US$ 93 milhões serão pagos aos EUA, US$ 2,39 bilhões, ao Brasil, e US$ 116 milhões, à Suíça.
A Odebrecht e a petroquímica Braskem, controlada pelo Grupo Odebrecht, declararam-se culpadas por acusações de suborno em dezembro passado. Autoridades americanas acusaram a Odebrecht de desembolsar cerca de US$ 788 milhões para subornar funcionários de governos de 12 países, a maioria deles na América Latina, para garantir lucrativos contratos. Os próprios EUA classificaram o caso de o maior de suborno transnacional da história.
A decisão judicial desta segunda-feira é anunciada num momento em que a Odebrecht tenta negociar acordos de leniência com outros países, incluindo Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru, República Dominicana, Venezuela, Panamá e Portugal.
Procurado pela Reuters, um funcionário do departamento de relações públicas da Odebrecht em São Paulo não quis comentar o assunto. William Burck, advogado da Odebrecht nos EUA, também não quis se manifestar após a determinação judicial.
As denúncias contra a Odebrecht são resultado da Operação Lava Jato, deflagrada em 2014. Na última quarta-feira, o sigilo das delações de 78 executivos da Odebrecht foi levantado, estremecendo o governo do presidente Michel Temer.
Na lista dos políticos alvos de investigações autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin na semana passada constam cinco ex-presidentes da República, oito ministros do governo de Michel Temer, 24 senadores, 12 governadores e 39 deputados federais - todos citados nos depoimentos de ex-diretores da Odebrecht.