Subsidiárias da Odebrecht estão sendo investigadas pela força-tarefa da Operação Lava Jato por eventuais repasses a contas no exterior controladas pelo marqueteiro João Santana, responsável por campanhas do PT e da presidente Dilma Rousseff, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo.
Os detalhes sobre a movimentação financeira do marqueteiro integram pacote de documentos enviados ao Brasil pela promotoria suíça em acordo de cooperação. Santana passou a ser investigado pela Polícia Federal após uma carta de sua mulher, Mônica Moura, ser encontrada na casa do lobista Zwi Skornicki, ligado ao estaleiro asiático Keppel Fels. O manuscrito revelava que o marqueteiro detinha contas na Inglaterra e nos Estados Unidos.
No momento, transações realizadas em 2014 estariam na mira dos investigadores. Na época, Santana fez as campanhas presidenciais de Dilma, no Brasil, e de José Domingo Arias, no Panamá, país onde a Odebrecht tem diversos interesses.
O marqueteiro teria recebido R$ 88,9 milhões da campanha de Dilma em 2014. Autoridades que atuam no caso, advogados que acompanham a Lava Jato e pessoas ligadas a executivos da Odebrecht teriam confirmado que Santana está sendo investigado.
O advogado de João Santana, Fábio Tofic, alegou que o marqueteiro desconhece qualquer apuração que envolva seu nome e que, inclusive, questionou formalmente o juiz Sergio Moro sobre a existência de um inquérito contra seu cliente. Santana afirma que todo o dinheiro recebido no exterior é referente a campanhas realizadas e é declarado.
No mesmo sentido, a Odebrecht disse que desconhece o inquérito.