Além de criticar a imprensa e a Justiça e de tentar mobilizar a militância, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou o discurso no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para "apresentar" seus possíveis sucessores na liderança da esquerda brasileira.
Logo no começo do pronunciamento, o ex-mandatário se dirigiu, um a um, aos pré-candidatos ao Planalto Guilherme Boulos (Psol) e Manuela D'Ávila (PCdoB) e ao ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), cotado para substitui-lo na corrida presidencial.
"Você tem futuro, irmão, você não pode desistir nunca", disse o ex-presidente a Boulos, 35 anos e líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). "Você é motivo de orgulho e esperança para o país", afirmou, agora voltando-se a D'Ávila, 36, também deputada estadual no Rio Grande do Sul.
Com Haddad, 55, o ex-mandatário foi menos enfático, mas citou que ele é o "ministro que viveu o maior período de investimento na educação no nosso país". Com Lula inelegível, a esquerda - e principalmente o PT - terá de buscar alternativas para 2018, mas nenhuma delas se mostrou viável até o momento.
Na última pesquisa Datafolha, de setembro, D'Ávila não passa de 3% das intenções de voto, enquanto Boulos tem, no máximo, 1%. Haddad não foi incluído.