O Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba denunciou nesta segunda-feira (22) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em mais um inquérito da Operação Lava Jato.
Os procuradores acusam o petista de corrupção passiva e lavagem de dinheiro ao supostamente ter "estruturado" o esquema de subornos na Petrobras e recebido propina em forma de obras em seu benefício em um sítio de Atibaia, no interior de São Paulo.
Outras 12 pessoas foram denunciadas, incluindo Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo homônimo; seu pai, Emílio Odebrecht; o ex-mandatário da OAS Léo Pinheiro; e o proprietário do imóvel que é citado na ação, Fernando Bittar.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, a Odebrecht pagou cerca de R$ 128 milhões em propinas em quatro contratos assinados com a Petrobras, enquanto a OAS teria desembolsado R$ 27 milhões em subornos referentes a três contratos com a estatal.
Boa parte dessas quantias teria sido repassada a partidos que faziam parte do governo Lula, principalmente PT, PP e PMDB. Além disso, R$ 870 mil teriam sido usados para reformar um sítio em Atibaia e adequá-lo às necessidades do ex-presidente. As melhorias teriam sido bancadas pelas empresas Odebrecht, OAS e Schahin.
Se o juiz federal Sérgio Moro aceitar a denúncia, Lula se tornará réu pela sexta vez. Entre os outros cinco processos, o que está mais avançado é aquele que o julga por corrupção e lavagem de dinheiro no "caso tríplex". A sentença é aguardada para o fim de junho.
O ex-presidente também é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo que o acusa de ter recebido propina da Odebrecht em forma de um terreno e de um apartamento vizinho ao seu; de obstrução de Justiça por supostamente ter tentado comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró; de tráfico de influência, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa no caso que apura contratos da Odebrecht em Angola; e de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa na Operação Zelotes.