O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), confirmou que a Casa irá entrar com uma representação contra o fundo que a Lava Jato anunciou querer criar com os cerca de R$ 2,5 milhões recuperados em operações.
"A Mesa (Diretora da Casa) se reuniu e vai entrar com o apoio de quase todos os líderes, acredito eu, com duas representações, uma reclamação ao Supremo (Tribunal Federal) e um pedido de inspeção ao Tribunal de Contas da União", disse.
Na avaliação de Maia, o Congresso é quem deveria analisar a criação e destinação do fundo. "E uma reclamação, já que nós entendemos que a criação de um fundo precisaria passar por uma autorização legislativa, não apenas a criação, mas a execução de seu orçamento", disse.
A criação do fundo tem sido alvo de críticas de diferentes setores, inclusive do próprio Supremo, desde que foi anunciada. Para integrantes da Corte ouvidos, a atribuição de decidir o destino deste dinheiro é da União, e não do Ministério Público ou da Justiça.
O "recado" foi dado pelo ministro Edson Fachin ao negar, no fim de fevereiro, pedido da Procuradoria-Geral da República para que R$ 71,6 milhões referentes ao acordo de delação do ex-marqueteiro do PT João Santana fossem destinados ao Ministério da Educação.
Ao rejeitar a intenção da chefe do Ministério Público Federal, Fachin destacou que cabe à União, e não ao Poder Judiciário, definir como a receita será utilizada.