O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pediu nesta quinta-feira a prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por supostos crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, em processo paralelo à operação Lava Jato.
Lula e sua esposa, Marisa Letícia, são acusados de serem os verdadeiros donos de um apartamento triplex no Guarujá (SP) que está no nome da construtora OAS - também envolvida no escândalo de corrupção na Petrobras. O ex-presidente nega ser o dono do imóvel.
Os promotores Cássio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Araújo, responsáveis pela denúncia, alegam que é "imprescindível o decreto da prisão preventiva" de Lula, já que, de acordo com eles, o ex-presidente pode mobilizar sua "rede' violenta de apoio para evitar que o processo crime que se inicia tenha seu curso natural".
Segundo os promotores, a detenção de Lula se faz necessária "pois sabidamente possui poder de ex Presidente da República, o que torna sua possibilidade de evasão extremamente simples".
O texto da denúncia acrescenta que os apoiadores de Lula podem promover "manobras violentas" e apresentá-lo como "um cidadão acima da lei, algo inaceitável no Estado Democrático de Direito".
Apesar do vazamento da denúncia na qual é solicitada prisão para Lula e outras 15 pessoas, fontes do MP-SP evitaram comentar o tema e acrescentaram que os promotores não se vão se pronunciar a respeito.
O pedido do Ministério Público será analisado pela juíza Maria Priscila Veiga Oliveira, da 4ª Vara Criminal de São Paulo, que não tem prazo definido para se pronunciar sobre se o aceitará ou não.