O juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, aceitou nova denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra João Vaccari Neto. O ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) torna-se, novamente, réu de ação penal da Operação Lava Jato; ele já foi condenado a mais de 40 anos de prisão em quatro outros processos, por corrupção e lavagem de dinheiro.
"A denúncia se ampara em razoável prova documental", escreveu Moro no despacho antes de resumir as evidências l
evantadas pelo MPF. "Há, portanto, em cognição sumária, razoável prova de que houve acertos de propinas envolvendo agentes da Petrobras, agentes da Sete Brasil e agentes políticos, nos contratos da Sete Brasil com os estaleiros responsáveis pelo fornecimento de sondas à Petrobras", avaliou o juiz.
Além de Vaccari, também foram denunciados o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque; os ex-gerentes da estatal, Eduardo Musa e Pedro Barusco; o presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz; e o lobista Guilherme Esteves de Jesus. Moro aceitou a denúncia contra todos.
O juiz fez uma ressalva, no entanto, quanto à situação de Barusco — que já foi condenado, em outras ações penais, ao máximo das penas previstas no acordo de colaboração. Por isso, Moro solicitou ao MPF que esclareça, em cinco dias, se o ex-gerente será ouvido neste processo.
A defesa de Renato Duque disse que não irá se manifestar sobre a ação penal. A Agência Brasil tentou contato com os advogados dos outros réus, mas ainda não obteve resposta até a publicação desta reportagem.