A força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) no Paraná responsável pelas investigações da Operação Lava Jato emitiu uma nota, no sábado (05/03), na qual diz que a discussão sobre o mandado de condução coercitiva contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não passa de "cortina de fumaça" que visa impedir o andamento da investigação.
Na nota de esclarecimento, o MPF afirma que após a deflagração da 24ª fase da Operação Lava Jato se instalou no país a "falsa controvérsia sobre a natureza e a circunstância" contra Lula e reiterou que a ação de sexta-feira se tratou de uma "medida cautelar muito menos gravosa que a prisão temporária".
Segundo os promotores, apesar do respeito que se deve a Lula, esse respeito não deve ser superior ao de nenhum cidadão brasileiro, uma vez que o ex-presidente não está imune a investigações e que é preciso "que sejam investigados os fatos indicativos de enriquecimento" de Lula "por despesas pessoais e vantagens patrimoniais de grande vulto pagas pelas mesmas empreiteiras" beneficiadas pelo esquema de corrupção na Petrobras.
Por fim, o MPF cita que a condução coercitiva é juridicamente prevista e endossada pela Justiça brasileira e recordou que no âmbito das 24 fases da Lava Jato, operação que foi iniciada em março de 2014, cerca de 117 mandados de condução coercitiva foram expedidos – e que em nenhum dos outros 116 mandados "houve tal clamor", dando e entender que os críticos não são contra a condução coercitiva em si, mas que esta seja implementada contra um ex-presidente da república.
Na 24ª fase da Lava Jato foram cumpridos 33 mandados de apreensão e busca e 11 de condução coercitiva. O ex-presidente considerou a arbitrária a ação, autorizada pelo juiz Sérgio Moro, que emitiu nota afirmando que a condução coercitiva não significa "antecipação" de culpa de Lula.