Ex-sócio de Adriana Ancelmo é denunciado por obstrução à Justiça

9 jun 2017 - 16h38
(atualizado às 16h39)

O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) apresentou denúncia contra o ex-sócio de Adriana Ancelmo, o advogado Thiago Aragão, por obstrução à Justiça. De acordo com a denúncia, o advogado forjou documentos e constrangeu pretenso colaborador ao propor combinação de versões para serem apresentadas aos órgãos de investigação. A denúncia é desdobramento das operações Calicute e Eficiência, segundo as quais o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral liderou, durante seus dois mandatos, um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo contratos para realização de obras públicas. Ele está preso desde janeiro, acusado de receber remessas de dinheiro ilícito da organização.

A ex-primeira-dama Adriana Ancelmo chega em sua casa, no Leblon, onde vai cumprir prisão domiciliar, após quase quatro meses presa em Bangu
A ex-primeira-dama Adriana Ancelmo chega em sua casa, no Leblon, onde vai cumprir prisão domiciliar, após quase quatro meses presa em Bangu
Foto: Agência Brasil

De acordo com o MPF, a organização criminosa usava um restaurante para lavagem de recursos ilícitos do grupo, cujo proprietário, Italo Garritano Barros, é concunhado de Thiago Aragão. Conforme as investigações, o proprietário não tinha ciência do esquema criminoso, mas reconheceu que usou o escritório de advocacia Ancelmo Advogados para sonegar impostos e não cumprir com obrigações trabalhistas.  Em delação premiada, Garritano Barros contou que combinou com Aragão simular serviços entre a Ancelmo Advogados e o restaurante para justificar a transferência de valores em favor do escritório de advocacia. Os valores eram usados para pagar folha paralela dos funcionários do restaurante. Entretanto, os créditos do escritório de advocacia eram usados para lavagem de dinheiro da organização criminosa, sem que ele soubesse. As investigações indicam ainda que o esquema durou pelo menos um ano e movimentou R$ 3 milhões.

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Após a prisão de Sérgio Cabral e a condução coercitiva de Adriana Ancelmo, Thiago Aragão , segundo o MPF, passou a influenciar na disposição e conteúdo dos futuros depoimentos e declarações do concunhado às autoridades competentes. Com isso, foram omitidos fatos e produzidas versões e documentos ideologicamente falsos para ocultar a verdade.

Pelo crime praticado (Art. 2º da Lei 12.850/2013), Thiago Aragão pode ser condenado à pena de reclusão de três a oito anos, bem como ao pagamento de multa, sem prejuízo das penas correspondentes às demais infrações penais praticadas.

A defesa de Cabral informou que se manifestará no processo em curso na Justiça. Até o fechamento da reportagem, os advogados de Thiago Aragão e de Adriana Ancelmo não tinham sido localizados.

Agência Brasil
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