O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nessa sexta-feira (16) que o objetivo da operação Lava Jato é execrar e condenar pessoas antes de julgá-las e voltou a afirmar que é inocente, após a confirmação da condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do apartamento tríplex no Guarujá.
"O objetivo da Lava Jato é execrar e condenar as pessoas antes do julgamento", disse o petista durante evento de lançamento de seu livro A Verdade Vencerá - O Povo Sabe Por Que Me Condenam, em São Paulo.
"Não sou ladrão, não tenho medo deles", acrescentou Lula, que declarou ainda estar "tranquilo" e que enfrentará seus adversários.
Lula, que lidera, com folga, as pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República nas eleições de outubro, afirmou ainda que pretende voltar a governar o país, apesar da possibilidade de ele ser impedido de disputar a eleição, por conta da Lei da Ficha Limpa, que torna inelegível condenados por órgãos colegiados da Justiça.
O petista pode ainda ser preso em breve, após o julgamento dos embargos de declaração interpostos por sua defesa contra a condenação as 12 anos e 1 mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Este tipo de recurso geralmente não tem a capacidade de alterar o mérito do julgamento, embora a defesa de Lula tenha feito este pedido.
"Eu quero que eles saibam o que fiz nesse país e saibam que eu vou voltar. E temos consciência de que vamos fazer muito mais!", disse Lula no lançamento do livro.
O petista mirou suas baterias no juiz Sérgio Moro --que o condenou em primeira instância, afirmando que gostaria de debater com o magistrado-- e no procurador da República, Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato.
"Se esse país fosse sério, o Conselho Nacional do Ministério Público teria exonerado esse cidadão (Dallagnol)", disse Lula ao se referir a uma apresentação de Dallagnol à imprensa ao fazer a primeira denúncia contra Lula à Justiça.
Também na noite desta sexta, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido feito pela defesa de Lula que permitiria ao petista recorrer em liberdade e não ser preso logo após uma eventual rejeição do último recurso pendente pelo TRF-4 que questiona pontos da condenação dele no caso do tríplex.