Cabral recebeu R$ 122,8 mi de empresas de ônibus, diz MPF

3 jul 2017 - 12h00
(atualizado às 12h24)
Ex-governador do Rio foi condenado por corrupção e lavagem
Ex-governador do Rio foi condenado por corrupção e lavagem
Foto: Reprodução

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram operação nesta segunda-feira para prender suspeitos de integrarem uma organização criminosa que movimentou ao menos R$ 260 milhões em propina no setor de transportes urbanos no Rio de Janeiro, tendo entre os alvos um dos principais empresários do ramo no Estado.

De acordo com o Ministério Público, as investigações contaram com depoimentos de delatores presos no âmbito da operação Lava Jato no Rio de Janeiro, que desmontou um esquema milionário comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral.

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Entre 2010 e 2016, Cabral recebeu R$ 122,8 milhões em propina por parte dos empresários, enquanto Onofre recebeu outros R$ 44 milhões, segundo o MPF.

O ex-governador, que está preso desde o ano passado, já foi condenado em Curitiba pelo juiz Sérgio Moro a 14 anos e 2 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por desvios em contratos do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Além da condenação, o ex-governador é réu em diversos processos na Justiça.

Operação Ponto Final

O empresário Jacob Barata Filho foi preso no domingo à noite no aeroporto internacional Tom Jobim enquanto esperava para embarcar em um voo para Portugal, e nesta segunda foram presos o presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do RJ (Fetranspor), Lélis Teixeira, e o ex-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários do Estado (Detro) Rogério Onofre, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF).

A família de Jacob Barata Filho é a mais importante do ramo de transportes rodoviários do Rio de Janeiro e também tem negócios em vários outros segmentos. O pai dele, Jacob Barata, é conhecido como o "rei do ônibus".

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"Durante às investigações, foi possível identificar vários núcleos e operadores financeiros da organização criminosa e nos depoimentos prestados ao MPF foram confirmados os pagamentos de propinas nos moldes dos realizados pelas empreiteiras, só que dessa vez no setor de transporte público com o objetivo de garantir tarifas e contratos com o governo do Estado do Rio", disse o MPF em comunicado.

A defesa do empresário Jacob Barata Filho disse, em nota, que ele faria uma viagem de rotina a Portugal, onde possui negócios há décadas e para onde faz viagens mensais, quando foi detido pela PF e irá se pronunciar assim que tiver acesso aos autos do processo.

A operação Ponto Final deflagrada nesta segunda contou no total com a participação de 80 policiais federais para o cumprimento de 9 mandados de prisão preventiva, 3 mandados de prisão temporária e 30 mandados de busca e apreensão. A PF e o MPF não divulgaram por enquanto a identidade dos outros alvos de mandados de prisão.

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