A Polícia Federal prendeu na manhã desta sexta-feira o presidente da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), Orlando Diniz, em seu apartamento no bairro de luxo do Leblon, como parte de investigação sobre lavagem de dinheiro e desvio de recursos da entidade, em um desdobramento do braço da operação Lava Jato no Estado.
Diniz seria mais um membro da organização criminosa liderada pelo ex-governador Sérgio Cabral, que desviou milhões de reais da administração pública fluminense durante seu governo (2007 a 2014) e que está preso desde novembro de 2016.
De acordo com a PF, as investigações apontaram que pessoas ligadas à gestão da Fecomércio-RJ estariam envolvidas em operações irregulares, incluindo desvio de recursos, lavagem de dinheiro e pagamento de honorários milionários a escritórios de advocacia, somando mais de R$ 180 milhões. Desse total, cerca de cerca de R$ 20 milhões teriam sido destinados ao escritório de advocacia da mulher de Cabral, Adriana Ancelmo, também já condenada no âmbito da Lava Jato.
"Apurou-se ainda que diversas pessoas receberam, por anos, salários da Fecomércio-RJ, embora nunca tenham trabalhado no órgão. Algumas dessas pessoas, na verdade, trabalhavam para o ex-governador preso, e outras são familiares próximos de outros membros da organização criminosa", acrescentou a PF em comunicado sobre a chamada Operação Jabuti.
Além da prisão preventiva de Diniz, cerca de 60 policiais federais cumprem ainda outros três mandados de prisão temporária e 10 mandados de busca e apreensão.
Não foi possível localizar representantes de Diniz, e a Fecomércio-RJ não estava disponível de imediato para comentar.