Os promotores de Justiça Cássio Conserino, Fernando Henrique de Moraes Araújo e José Carlos Blat, que denunciaram o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva à Justiça de São Paulo por lavagem de dinheiro [por ocultação de patrimônio] e falsidade ideológica, entraram com recurso contra a decisão da juíza Maria Priscilla Veiga de Oliveira, que decidiu mandar o processo para o juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba.
Segundo o Ministério Público, os promotores entraram com recurso contra a decisão da juíza da 4ª Vara Criminal de São Paulo, que declinou de sua competência no processo e determinou o encaminhamento dos autos para a 13ª Vara Federal de Curitiba. Para eles, o processo é de competência estadual, porque investiga a falência da Bancoop — Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo. No recurso, eles pedem que a juíza exerça poder de retratação e que os autos sejam remetidos para o Tribunal de Justiça de São Paulo.
Na semana passada, o Ministério Público de São Paulo ofereceu denúncia e pediu a prisão preventiva de Lula sob a acusação de que o ex-presidente é o proprietário oculto de um apartamento tríplex no Guarujá, litoral paulista. Mas a juíza que analisou a denúncia determinou o encaminhamento do processo para Curitiba, justificando que os possíveis delitos relacionados ao imóvel estão sob apuração da Operação Lava Jato e devem ser investigados dentro do contexto do esquema nos inquéritos abertos na esfera federal.