Panamá pedirá informações aos EUA sobre acordo com Odebrecht

21 dez 2016 - 22h50
(atualizado em 22/12/2016 às 07h20)
Documentos divulgados nesta quarta-feira pelo Departamento de Justiça dos EUA indicam que a Odebrecht pagou US$ 788 milhões por ter subornado representantes de 12 países.
Documentos divulgados nesta quarta-feira pelo Departamento de Justiça dos EUA indicam que a Odebrecht pagou US$ 788 milhões por ter subornado representantes de 12 países.
Foto: Newton Menezes / Futura Press

O Ministério Público do Panamá informou nesta quarta-feira que pedirá informações aos Estados Unidos depois da divulgação do acordo firmado pela Odebrecht para admitir que pagou subornos em 12 países, entre els o próprio Panamá.

Documentos divulgados nesta quarta-feira pelo Departamento de Justiça dos EUA indicam que a Odebrecht pagou US$ 788 milhões por ter subornado representantes de 12 países.

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"Os pagamentos tiveram relação com mais de 100 projetos de 12 países, incluindo Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela", de acordo com o Departamento de Estado dos EUA.

No Panamá, país no qual a Odebrecht fez várias obras nos últimos anos, os subornos seriam de US$ 59 milhões. Segundo o acordo, os pagamentos a funcionários do governo e intermediários ocorreram entre 2010 e 2014, durante a administração do ex-presidente Ricardo Martinelli, em contratos que a empresa teve US$ 175 milhões de lucro.

O texto do acordo cita, por exemplo, o pagamento feito entre 2009 a 2012 de US$ 6 milhões a "dois familiares próximos de um alto funcionário do governo". O suborno estaria relacionado a obras de infraestrutura não especificadas, e o dinheiro teria sido depositado em contas no exterior de propriedade do servidor.

Os documentos foram divulgados após um acordo judicial com a Odebrecht, que se comprometeu a pagar multas que somam US$ 2,04 bilhões em multas aos governos de EUA, Brasil e Suíça para compensar os atos ilícitos nos quais ela é investigada.

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