O diretor do frigorífico JBS Ricardo Saud acusou o presidente Michel Temer de ter recebido R$ 15 milhões em propina do PT nas eleições de 2014 e de ter colocado R$ 1 milhão "no bolso".
A declaração foi dada em sua delação premiada ao Ministério Público Federal, cujo teor teve o sigilo derrubado nesta sexta-feira (19) pelo Supremo Tribunal Federal. Segundo Saud, Temer e o ministro da Ciência Gilberto Kassab foram os únicos que ele viu usarem dinheiro de caixa dois em benefício próprio.
"O Michel Temer fez até uma coisa muito deselegante, porque nessa eleição eu só vi dois caras roubarem deles mesmos: um foi o Kassab e outro, o Temer. O Temer me deu um papelzinho e disse: olha, Ricardo, tem 1 milhão que eu quero que você entregue em dinheiro nesse endereço aqui", contou o delator.
O endereço em questão era da empresa de engenharia e arquitetura Argeplan, do coronel aposentado João Baptista Lima Filho, amigo do presidente da República.
"Eu já vi o cara pegar o dinheiro na campanha e gastar na campanha. Agora, o cara ganhar um dinheiro do PT e guardar no bolso dele, isso ai é muito difícil. Só o Temer e o Kassab que guardaram o dinheiro pra eles gastarem de outra forma", disse Saud.
O montante havia sido pago pela JBS ao Partido dos Trabalhadores, que teria repassado recursos ilegais para aliados nas eleições de 2014.