O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, filiou-se nesta segunda-feira ao PSOL, partido pelo qual se lançou pré-candidato ao Palácio do Planalto, com um discurso em que prega a aliança das esquerdas contra o projeto golpista nas eleições e de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que seria alvo de uma injustiça.
Em evento realizado em São Paulo, Boulos afirmou que é importante unir a esquerda no país por "causas comuns". Lembrou que o MTST e o PSOL tiveram atuação semelhante quando denunciaram o "golpe parlamentar" perpetrado contra a ex-presidente Dilma Rousseff e também no momento em que fizeram a crítica ao então ministro da Fazenda do governo da petista Joaquim Levy.
O líder dos sem-teto afirmou que se está firmando uma aliança para a construção de um futuro não apenas para as eleições deste ano e elogiou o PSOL por ter uma "militância coerente". Ele defendeu uma eventual união no segundo turno do que ele chamou de "campo progressista" contra os partidos que apoiaram o impeachment de Dilma para derrotá-los.
Boulos disse se solidarizar com o ex-presidente Lula pelas "injustiças que vem sofrendo" e reclamou dos excessos de uma "Justiça politizada".
"Não vamos nos silenciar contra qualquer injustiça, inclusive contra a cometida com o presidente Lula", destacou.
Condenado em segunda instância no processo do tríplex, o ex-presidente corre o risco de ser barrado de concorrer nas eleições de outubro e ainda pode ser preso em breve, caso a defesa dele não consiga um habeas corpus preventivo num tribunal superior, como o que será julgado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), na terça-feira.
Boulos, de 35 anos, se declarou o pré-candidato a presidente mais novo a almejar o cargo. Ainda terá de passar por prévias dentro do partido.