O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), afirmou que o partido não votará nesta quarta-feira a medida provisória 665, que trata de direitos trabalhistas como o seguro-desemprego e faz parte do ajuste fiscal promovido pelo governo.
"Não votaremos a MP 665 amanhã (quarta), não mais, até que o PT nos explique o que quer. Se for o caso, feche questão para votação das matérias do ajuste fiscal", disse o deputado na noite de terça-feira, de acordo com a Agência Câmara Notícias.
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"Se não for assim, não contem conosco. Se há dúvidas e se o país não precisa desse remédio amargo, não vamos empurrar essa conta no trabalhador", acrescentou.
Segundo a agência, parlamentares do PMDB procuraram Picciani por terem ficado desconfortáveis em apoiar a medida após a propaganda partidária do PT na noite de terça, em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu os direitos dos trabalhadores ao criticar o projeto de lei da terceirização, que também tramita no Congresso.
"Vamos seguir a orientação do ex-presidente Lula: vamos combater a retirada do direito dos trabalhadores", disse Picciani, de acordo com a Agência Câmara Notícias.
A votação da MP 665 estava prevista para terça-feira, mas foi adiada. Em seu lugar a Câmara votou e aprovou a chamada PEC da Bengala, que aumenta para 75 anos a idade de aposentadoria compulsória dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), reduzindo o poder de escolha da presidente Dilma Rousseff na futura composição da corte.
A MP 665 faz parte do pacote de ajuste fiscal que vem sendo promovido pelo governo. As medidas têm sido alvos de críticas de centrais sindicais, entre elas a Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT, que avaliam que tiram direitos dos trabalhadores.
O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (PT-AC), disse na terça-feira que a bancada do partido vai votar a favor das MPs do ajuste fiscal.