O senador Lindbergh Farias, pré-candidato do PT ao governo do Rio, disse que não vê problema nenhum em a presidente Dilma Rousseff ter quatro palanques no Estado e participar de atos de campanha ao governo promovidos por ele, pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), pelo ex-ministro da Pesca Marcelo Crivella (PRB) e pelo deputado federal Anthony Garotinho (PR), todos pré-candidatos ao cargo.
Lindbergh disse que assim como chamou Pezão de “parceiro inigualável” em evento no Rio esta semana, a presidente dará adjetivos a ele e a todos os pré-candidatos da base do governo no Rio. “Aqui ela vai ter quatro palanques. Não vai ter problema algum. Ela pode vir”, afirmou, dizendo que o eleitor saberá escolher o melhor candidato pelas propostas.
Lindbergh disse que pretende focar sua campanha na rua e que não contará com a ajuda exclusiva da presidente. “A gente se garante, vamos para a rua. Não vamos ficar nessa de 'me salva'. Entendemos o quadro complexo (nacional)”, disse.
Segundo ele, o PT não está isolado no Rio e está se articulando para conseguir o apoio de outros partidos. “Não estou falando de articulações com outros partidos porque, tudo que a gente fala, o outro lado vai e se movimenta. Em maio devemos anunciar uma chapa, há muitas negociações acontecendo”, afirmou, dizendo que o PMDB faz um “jogo” para conseguir o apoio de prefeitos. “Vejo as pessoas falando que estamos isolados, mas tenho certeza que teremos uma frente de TV bacana, vamos fazer uma boa aliança”, complementou.
O senador disse que gostaria que o PT tivesse saído da gestão de Cabral há muito tempo. “Não saiu antes porque Cabral apelava para Lula e Dilma. Se fosse por nós, já teria saído”, afirmou. Segundo ele, há um ano o PMDB faz chantagens junto ao governo federal para impedir a candidatura dele ao governo do Rio.
Nesta sexta-feira, dia em que o governador Sérgio Cabral transmitiu o cargo para Pezão, o senador chamou a imprensa no diretório municipal do PT no Rio para avaliar o governo de Cabral e disse que ele começou bem o primeiro mandato, mas terminou mal. “Houve uma grande desconexão com a vida das pessoas.”
De acordo com Lindbergh, apesar de ter assumido o governo do Rio com uma boa situação fiscal, Cabral deixou o Estado em um cenário ruim. “O governo começou bem na questão fiscal, fez superávit, mas ele sai do governo entregando o Estado quebrado.”
“De um superávit de R$ 6 bilhões, fechou o caixa em 2013 com déficit de R$ 4,7 bilhões”, afirmou. Segundo o senador, a Secretaria do Tesouro Nacional, em outubro de 2013, classificou as finanças do Rio com uma “nota” de 4,94 (numa escala que vai de zero a seis pontos), o que configura “situação de desequilíbrio fiscal”.
Segundo Lindbergh, apesar da desigualdade de renda no País ter diminuído, ela aumentou no Rio. As notas do Estado no Pisa (exame internacional que avalia os conhecimentos de leitura, matemática e ciências dos estudantes) também pioraram, ao contrário do que aconteceu no País, disse o senador.
O pré-candidato do PT criticou também os escassos programas sociais desenvolvidos em favelas onde foram instaladas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e afirmou que a gestão Cabral não investiu na região serrana do Estado, que sofreu com temporais e desastres naturais, os recursos repassados pela União. “Não foram executados nem 50% dos recursos enviados pelo governo federal há três anos”, disse.