Luiz Henrique diz que disputará presidência do Senado mesmo contra nome do PMDB

28 jan 2015 - 13h29

O senador Luiz Henrique (PMDB-SC), que disputará a presidência do Senado, passou a manhã reunido com senadores para angariar apoio suprapartidário em torno de sua candidatura, e afirmou que não pretende recuar da disputa pelo comando da Casa, mesmo que tenha de enfrentar um outro nome do PMDB.

Integrante do partido que tem a maior bancada de senadores, Luiz Henrique teve um conversa na manhã desta quarta-feira com o atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na tentativa de construir um consenso em torno de seu nome.

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Renan, que ainda não lançou oficialmente sua candidatura ao posto, sugeriu por sua vez que os dois nomes fossem submetidos à bancada do PMDB.

“Eu disse que na política se trabalha com realidade. Eu sei quantos votos eu tenho na bancada. Não poderia submeter à vontade de um grupo menor a vontade de um grupo que perpassa diversos partidos”, disse Luiz Henrique a jornalistas.

“Serão dois candidatos. É uma coisa natural, cuja disputa se encerra no domingo... Se não for pelo partido, eu não tenho mais como recuar.”

O senador catarinense, que disse ter esperado o retorno do líder da bancada, Eunício Oliveira (PMDB-CE), para anunciar sua intenção de concorrer à presidência, lançou informalmente sua candidatura sob as bandeiras da reforma política e de temas federativos.

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Simpatizantes da candidatura, como o peemedebista Ricardo Ferraço (ES) e o líder do DEM, Agripino Maia (RN), têm dito que o nome do senador catarinense representa a independência do Legislativo.

Uma disputa entre Luiz Henrique e Renan contradiz previsão da Executiva do PMDB, segundo a qual o partido estaria unido em torno de um nome para presidir o Senado.

Uma candidatura alternativa à de Renan saída de um partido da base aliada da presidente Dilma Rousseff era um desejo dos partidos de oposição. O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), participou das articulações nesse sentido se reunindo inclusive com Ferraço, que coordenou sua campanha à Presidência da República no ano passado e chegou a ter o nome ventilado para sair candidato.

O PT, segunda maior bancada do Senado atrás do PMDB, irá apoiar o nome que for oficialmente anunciado pela bancada peemedebista, segundo o líder do PT na Casa, senador Humberto Costa (PT-PE). A tendência, até a terça-feira, era de que a bancada anunciasse apoio integral ao nome de Renan.

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Luiz Henrique diz ter recebido sinalizações de integrantes de partidos tanto da base como da oposição, mas que ainda não entrou em contato com representantes do Executivo.

“Eu imagino que o governo não vai interferir nesse processo”, disse o senador a jornalistas. “Até porque a minha candidatura não é uma candidatura de oposição”, assegurou.

O anuncio formal da candidatura do senador catarinense deve ocorrer apenas na sexta-feira, mas Luiz Henrique já passou a manhã desta quarta reunido com integrantes do PDT e do PP.

"Não é uma aventura, é um projeto sério, viável", afirmou a senadora Ana Amélia (PP-RS), acrescentando que o nome do senador reúne apoio "suprapartidário".

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"Ele usou o termo 'irreversível'", disse a jornalistas o senador eleito Lasier Martins (PDT-RS).

"Estamos apoiando a candidatura de um peemedebista... Não é oposição, é renovação", acrescentou.

À tarde, Luiz Henrique deve ainda se reunir com o PSB, que mantém a postura de apoiar uma candidatura do PMDB, desde que se comprometa com a discussão de temas como as reformas política e tributária e mudanças internas no Senado.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)

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