Lula alinha discurso para defensores de impeachment de Dilma

Ex-presidente teria informado a interlocutores que sentaria à mesa com apenas 10% da população brasileira se não ampliasse suas alianças

3 mar 2022 - 10h12
(atualizado às 10h16)
Ex-presidentes Lula e Dilma em Porto Alegre
23/01/2018
REUTERS/Diego Vara
Ex-presidentes Lula e Dilma em Porto Alegre 23/01/2018 REUTERS/Diego Vara
Foto: Reuters

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai alinhar seu discurso eleitoral para justificar alianças até então improváveis, com antigos rivais políticos e com defensores do impeachment de Dilma Rousseff (PT), informa o jornal Folha de S. Paulo nesta quinta-feira, 3. A ideia é unificar partidos para derrotar o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas.

De acordo com a publicação, Lula enxerga o impeachment em 2016 como um outro momento histórico e de que não é possível fazer política olhando para o passado, muito menos tendo somente como aliados aqueles que foram contrários ao impedimento da petista.

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O núcleo próximo a Dilma, claro, não está feliz com a mudança, mas há uma ciência de que agora será preciso conviver com antigos desafetos em prol do momento atual. O partido, no entanto, manterá a tese de que Dilma foi vítima de um golpe.

Lula teria informado a interlocutores próximos, inclusive, que sentaria à mesa com apenas 10% da população brasileira se não ampliasse suas alianças. Em entrevista à CBN Vale do Paraíba, o líder petista deixou claro que Dilma não terá um cargo em seu governo caso vença as eleições. "Ela não tem a paciência que a política exige que a gente tenha para conversar e atender as pessoas mesmo quando você não gosta do que elas estão falando", justificou.

Animado com as pesquisas eleitorais, que o indicam como vencedor do pleito, o ex-presidente quer alianças para além da esquerda, o que já começa a ser notado desde que iniciaram as conversas para ter o ex-tucano Geraldo Alckmin (sem partido) como seu vice.

Alckmin e Lula durante jantar em São Paulo em dezembro de 2021
Foto: Ricardo Stucker/Divulgação / Estadão

Uma possível chapa com o histórico rival político seria, para Lula, um gesto simbólico de governança e paz em seu governo.

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Além de Alckmin, Lula também já se encontrou com Renan Calheiros, do MDB, que era presidente do Senado e votou pelo impeachment de Dilma na ocasião do processo, em mais um gesto claro de que pretende, de fato, ampliar sua base aliada para além do que era esperado.

Fonte: Redação Terra
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