Empolgado com a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil, o líder do governo na Câmara, José Guimarães, foi categórico ao afirmar que a decisão deve fortalecer o governo de Dilma Rousseff. Ele descartou que a nomeação representaria o início de um terceiro mandato de Lula.
“Lula assume Casa Civil, mas é Dilma quem manda no Palácio do Planalto”, afirmou Guimarães a O Financista, acrescentando que o governo “só tem motivos para comemorar com essa chegada”.
No mesmo sentido, o líder do PT na Câmara, o deputado Afonso Florence, disse que a nomeação de Lula é uma decisão de alta envergadura e de interesse nacional.
Florence negou que a cartada tenha sido adiada de terça-feira (15) para esta quarta-feira (16) por causa da homologação da delação premiada do senador Delcídio do Amaral e da denúncia sobre a suposta tentativa do ministro da Educação, Aloízio Mercadante, de comprar o silêncio de Delcídio.
“Não houve nenhum protelamento em decorrência de nenhuma das inúmeras delações. Delação tem que ser submetida ao devido processo legal. Investigações deverão correr na normalidade democrática e com o respeito à presunção da inocência e ao ônus da prova cabe a acusação para todos”, declarou o deputado, acrescentando que o “objetivo político e de gestão de Lula é contribuir para que o Brasil deixe para trás as crises econômica e política”.
Florence minimizou a iniciativa dos líderes dos partidos de oposição na Câmara dos Deputados de entrarem com ação popular, com pedido de medida liminar, na Justiça Federal, nas 27 unidades da federação para tentar impedir a nomeação de Lula para um ministério no governo Dilma.
“A oposição tem direito de querer nomear ministro, mas para isso tem que ganhar eleição. A oposição tenta nomear ministro no tapetão. Esse tipo de iniciativa não pode ter sucesso”, afirmou o líder do PT na Casa.