Lula bate recorde de Dilma, nomeia 11 ministras e promete mulheres no comando da Caixa e do BB

Recorde anterior era de nove ministérios. Governo Bolsonaro teve no máximo três ao mesmo tempo

29 dez 2022 - 13h52
(atualizado às 14h36)
Lula e a futura ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, durante pronunciamento dos novos ministros do governo
Lula e a futura ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, durante pronunciamento dos novos ministros do governo
Foto: ESTADAO CONTEUDO / ESTADAO CONTEUDO / Estadão

O terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente vai começar com uma participação feminina recorde na Esplanada dos Ministérios, se considerado todo o período pós redemocratização, ou seja, desde 1985. Com a montagem das pastas terminada nesta quinta-feira, 29, estão confirmados os nomes de 11 mulheres no primeiro escalão do governo. O número supera o recorde anterior de Dilma Rousseff (PT), que assumiu a Presidência em 2011 com nove ministras.

"Estou feliz porque nunca antes na história do Brasil nos tivemos tantas mulheres ministras. Nunca antes tivemos uma indígena ministra", declarou Lula ao fazer referência direta a Sonia Guajajara, política indígena que assumirá a pasta dos Povos Indígenas.

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O petista ainda prometeu que vai escolher mulheres para chefiar a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, mas não antecipou nomes. Durante o governo do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), no máximo três mulheres foram ministras ao mesmo tempo, quando Flávia Arruda era ministra da Secretaria de Governo, Tereza Cristina comandava a Agricultura e Damares Alves chefia a pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos.

As escolhidas para compor a equipe do petista são a ex-senadora Marina Silva (Meio Ambiente), Sonia Guajajara (Povos Indígenas), deputada indígena eleita pelo PSOL, a senadora do MDB Simone Tebet (Planejamento), a deputada do União Brasil Daniela do Waguinho (Turismo), a ex-atleta olímpica Ana Moser (Esportes), a cantora Margareth Menezes (Cultura), a socióloga e atual presidente da Fiocruz, Nisia Trindade (Saúde), a economista Esther Dweck (Gestão), a presidente do PCdoB, Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), a jornalista Anielle Franco (Igualdade Racial) e a ativista Cida Gonçalves (Mulheres).

Há três semanas, quando a anúncio seus primeiros cinco nomes que farão parte dos ministérios, o futuro presidente foi bastante criticado nas redes sociais por não ter divulgado a escolha de nenhuma mulher naquele momento. No dia 9 de dezembro, foram tornadas públicas as escolhas de Fernando Haddad na Fazenda, Flávio Dino na Justiça, José Múcio Monteiro na Defesa, Mauro Vieira nas Relações Exteriores e Rui Costa na Casa Civil. Na ocasião ele disse que "vai chegar a hora em que vocês vão ver mais mulheres e mais companheiros afrodescendentes em pé aqui".

Mesmo com o número recorde de mulheres no primeiro escalão, todos os ministérios que funcionam no Palácio do Planalto e trabalham diretamente com Lula serão ocupados por homens. Os petistas Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), Marcio Macedo (Secretaria-Geral), Rui Costa (Casa Civil), e o general Gonçalves Dias (Gabinete de Segurança Institucional) serão os ministros palacianos. Pastas como Fazenda, com Haddad, Justiça, com Dino e Educação, com Camilo Santana, também confirmam a prevalência masculina. Homens vão comandar 26 das 37 pastas do novo governo.

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Durante a campanha, o ex-senador Aloizio Mercadante, que coordenou o plano de governo de Lula e comandará o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a partir de 2023, disse que "a participação paritária de negros e mulheres é uma meta política do PT, mas é preciso saber quais vão ser as indicações dos outros partidos com os quais vamos compor o governo".

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