Lula brinca com apelido de Moraes em cerimônia de 2 anos do 8 de janeiro: 'Ninguém vai parar de te chamar de Xandão'

Governo federal planejou série de eventos em memória aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023

8 jan 2025 - 12h44
(atualizado às 13h22)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) brincou com o apelido dado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a série de eventos nesta quarta-feira, pelo governo federal, para relembrar os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. 

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Antes de iniciar o seu discurso no Salão Nobre do Palácio do Planalto, o chefe do Executivo agradeceu a presença das autoridades no local, incluindo o ministro do STF. "Eu queria fazer uma lembrança aqui. Eu tenho 79 anos de idade, já vivi muito. Vendo a 'vida' da Suprema Corte brasileira, eu nunca conheci um ministro que tivesse um apeldio dado pelo povo, chamado Xandão", brincou.

Ao ouvir a declaração do presidente Lula, Alexandre de Moraes deu risada. "É um apelido que pegou. Desse apelido você nunca mais vai se libertar, pode ficar certo. E não adianta ficar 'nervoso', que ninguém vai parar de te chamar de Xandão", completou Lula.

Lula brinca com apelido de Alexandre de Moraes em cerimônia que relembra o 8 de janeiro de 2023
Lula brinca com apelido de Alexandre de Moraes em cerimônia que relembra o 8 de janeiro de 2023
Foto: Reprodução/YouTube/@CanalGov

A cerimônia em defesa da democracia marcou os dois anos do episódio ocorrido em 8 de janeiro de 2023, quando golpistas depredaram a Praça dos Três Poderes. Na ocasião, também foi instituído o "Prêmio Eunice Paiva", que homenageará personalidades brasileiras e estrangeiras que contribuíram para a restauração ou manutenção da democracia no Brasil.

Em sua fala, o chefe do Executivo reforçou que o evento foi realizado para "dizer que estamos vivos e que a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas de 8 de janeiro de 2023". Nos últimos dois anos, o STF condenou 371 pessoas por participarem dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Cerca de 2 mil golpistas foram ou estão sendo investigados pela Corte. 

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Após 2 anos dos ataques de 8 de janeiro, STF condenou 371 pessoas
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Além de Alexandre de Moraes, estiveram presentes na cerimônia a primeira-dama, Janja Lula da Silva, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, a vice-primeira-dama, Lu Alckmin, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, entre outras autoridades.

Obras restauradas

Mais cedo, obras de arte que foram vandalizadas por golpistas nos atos antidemocráticos também foram reintegradas ao acervo da Presidência em outro evento no Palácio do Planalto.

"Dois anos após a tentativa de destruição da nossa democracia e dos prédios que simbolizam os poderes da República, estamos aqui não para lamentar, mas muito menos para esquecer. Estamos aqui para celebrar e reforçar a democracia e para integrar ao povo brasileiro seu patrimônio inteiramente restaurado", disse Janja, na ocasião.

Segundo o governo, 21 obras restauradas foram entregues no Palácio da Alvorada. Duas delas foram destacadas na cerimônia: uma ânfora italiana em cerâmica esmaltada, que estava com 180 fragmentos catalogados após os ataques, e o relógio de mesa fabricado por Balthazar Martinot e André Boulle no século XVII, que pertenceu a Dom João VI. O relógio histórico teve de ser enviado à Suíça para ser consertado. Os dois itens são tidos como símbolos da dificuldade e delicadeza do processo de reparo.

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Dois anos do 8 de janeiro: Janja diz que Planalto foi 'vítima do ódio'
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Na cerimônia, foi revelada ainda a obra As Mulatas, de Emiliano Di Cavalcanti. Durante os ataques antidemocráticos, a obra sofreu sete punhaladas. Alunos do Projeto de Educação Patrimonial também entregaram ao presidente Lula réplica que produziram de As Mulatas.

A restauração das obras teve início em 2 de janeiro de 2024, com a montagem de um laboratório de restauração do Palácio da Alvorada, e foi viabilizada por meio de Acordo de Cooperação Técnica, por meio da Diretoria Curatorial dos Palácios Presidenciais e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que estabeleceu parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Confira a lista completa de obras restauradas.

Fonte: Redação Terra
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