O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou na manhã desta sexta-feira, 21, (10h35 no horário local) ao aeroporto internacional Humberto Delgado, em Lisboa, Portugal, onde ficará em visita oficial até o próximo dia 25 de abril, quando viaja à Espanha. Lula não terá compromissos oficiais nesta sexta-feira.
Esta é a primeira viagem que o presidente faz à Europa neste terceiro mandato com uma agenda cheia de simbolismos e também negócios. Lula iniciará os eventos oficiais no sábado, 22, que preveem a realização da 13ª Cimeira Brasil-Portugal, a participação num Fórum de Negócios que ocorre em Matosinhos, no Norte de Portugal envolvendo cerca de 150 empresários dos dois países, um pronunciamento no Parlamento português onde será homenageado e a entrega do prêmio Luiz de Camões ao escritor e compositor Chico Buarque.
Fazem parte da comitiva do presidente oito ministros, que devem reunir-se com seus pares lusitanos durante a Cimeira. O evento ocorre neste sábado durante todo o dia e vários acordos devem ser assinados, parte deles referentes aos direitos de brasileiros em Portugal.
Convite a Lula foi criticado pela extrema-direita
A viagem do presidente começou bem antes do desembarque em Lisboa. O convite feito pelo presidente Marcelo Rebelo de Souza para que Lula discursasse na cerimônia solene de comemoração do 49° aniversário da Revolução dos Cravos, que pôs fim à ditadura fascista, de 41 anos, em 25 de abril de 1974, causou protestos no Parlamento português.
Neste quase meio século de democracia portuguesa, nenhum chefe de estado Estrangeiro exerceu esse papel e a direita portuguesa mostrou que não estava disposta a deixar Lula ser o primeiro. Governos português e brasileiro, então, negociaram uma alternativa.
Lula, que viajou a Lisboa na noite desta quinta-feira, 19, vai ser homenageado e se pronunciará, numa sessão solene que antecede as cerimônias do 25 de Abril. Ainda assim, não deve se livrar de manifestações contrárias à sua presença no País. Principalmente depois que Lula colocou Rússia e Ucrânia no mesmo patamar no conflito que assola a Europa desde o ano passado.
Com isso, o líder da extrema-direita André Ventura, do Chega, que chamou protestos às ruas contra Lula, ganhou força. O partido pulou de um para 12 deputados na última eleição e se tornou a terceira força política de Portugal. Ventura espera contar com a presença de seus adeptos, empresários brasileiros que atuam em Portugal e, agora, com outros que não gostaram da aproximação que Lula fez da Rússia.
Porém, Lula tem muitos partidários que também estão prometendo ir às ruas de Lisboa. Ele teve 64% dos votos dos brasileiros residentes no país, que não são poucos: 250 mil oficialmente e estimativas de que no total, já chegam a 400 mil.
Esse é um número que exige atenções, ainda mais num país em que a população total de 10,3 milhões. Prova disso é a presença brasileira percebida em qualquer serviço procurado em Lisboa: cafés, restaurantes, padarias, hotéis.
A expectativa é de que Lula trate de assuntos ligados à saúde pública e assistência social de brasileiros em Portugal, equivalência de diplomas, questões trabalhistas, entre outros. Isso deve ocorrer no dia 22 durante a Cimeira Portugal-Brasil que Lula retoma com esta viagem, depois de sete anos. A última ocorreu em 2016, durante o governo de Michel Temer, em Brasília.