Lula chora ao falar da fome e manda recado a Bolsonaro: "Peça desculpas por mentiras"

Durante visita ao CCBB de Brasília, presidente eleito falou sobre teto de gastos e afirmou que Alckmin não será ministro

10 nov 2022 - 12h18
(atualizado às 12h27)

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez nesta quinta-feira, 10, sua primeira visita ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Brasília, que abriga o gabinete de transição de governo.

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Em discurso, ele criticou Jair Bolsonaro (PL), disse que o chefe do Executivo possui uma "dívida com o povo brasileiro" e deixou seu recado: "Peça desculpas pela quantidade de mentiras que foram contadas nessa eleição e pelas ofensas contra as urnas eletrônicas".

A declaração foi dada no dia seguinte à divulgação de um relatório do Exército que não apontou fraudes no sistema de votação brasileiro.

Segundo o presidente eleito, as urnas eletrônicas deveriam ser copiadas por outros países. "A maior economia do mundo [os EUA] está contando papelzinho até agora", acrescentou.

Lula ainda disse que as instituições terão "paz" após o fim do governo Bolsonaro, que até agora não parabenizou seu rival pela vitória. "Não vai ter mais um presidente desaforado querendo intervir na Suprema Corte", prometeu o petista.

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Lula se emociona durante discurso no CCBB de Brasília
Lula se emociona durante discurso no CCBB de Brasília
Foto: Reprodução

Emoção e choro

Ao mencionar a questão da fome, Lula se emocionou e chorou. "Se, quando eu terminar este mandato, cada brasileiro estiver tomando café, estiver almoçando e estiver jantando, outra vez eu terei cumprido a missão da minha vida", declarou Lula, que começou a chorar logo em seguida.

"Desculpem, mas eu jamais esperava que a fome voltasse a este país. Jamais. Quando deixei a Presidência da República, imaginava que, nos 10 anos seguintes, o Brasil estaria igual à França, igual à Inglaterra", disse.

Alckmin não será ministro

O presidente eleito citou ainda seu vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e afirmou que ele não será ministro em seu novo governo. "Coloquei o Alckmin na coordenação [da transição] para ninguém pensar que coordenador será ministro", declarou.

Lula acrescentou, no entanto, que integrantes da transição "podem ser ministros ou não". A equipe, segundo ele, "não decide nada", apenas faz levantamentos para as bases da nova gestão. No discurso, o petista afirmou que aliados não contemplados nas equipes de transição não precisam se sentir "excluídos".

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Gastos

Lula afirmou ainda que há gastos públicos que têm que ser considerados como investimentos. Ele voltou a criticar o mecanismo de teto de gastos e disse que ele deve ser discutido com a mesma seriedade da questão social do país.

"Por que as pessoas são levadas a sofrerem por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal nesse país? Por que toda hora as pessoas falam que é preciso cortar gasto, é preciso fazer superávit, é preciso fazer teto de gasto?", questionou.

Apesar das críticas aos mecanismos de controle de gastos, Lula afirmou que pretende ter uma "política fiscal séria".

* Com informações de Ansa, Reuters e Estadão 

Fonte: Redação Terra
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