Lula defende Petrobras e pede que PT não 'abaixe a cabeça'

Em ato marcado para mobilizar a militância a defender o governo da presidente Dilma Rousseff, Lula também admitiu erros e disse que ajuste fiscal é necessário

31 mar 2015 - 22h54
(atualizado em 1/4/2015 às 01h25)
<p>Lula voltou a dizer que o combate à corrupção é mérito do PT, que foi quem começou a "tirar a sujeira de debaixo do tapete"</p>
Lula voltou a dizer que o combate à corrupção é mérito do PT, que foi quem começou a "tirar a sujeira de debaixo do tapete"
Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula

No momento em que o PT passa por uma das piores crises de sua história, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa da Petrobras e da presidente Dilma Rousseff durante ato promovido pelo partido e centrais sindicais para tentar mobilizar a militância, nesta terça-feira, em São Paulo.

Aproveitando a presença de José Sérgio Gabrielli, ex-diretor da Petrobras, Lula fez uma defesa ferrenha da estatal - que é alvo da Operação Lava Jato - e disse que o PT não pode “abaixar a cabeça” quando o assunto é corrupção. “Não podemos aceitar que chamem a gente de corrupto. Não podemos abaixar a cabeça. Não vou admitir que alguém venha levantar suspeita de que o PT é corrupto”, afirmou.

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“Estão tentando mostrar que a Petrobras é uma empresa corrupta, que na Petrobras tudo é bandalheira. Se houve corrupção lá dentro, não é corrupção em sua totalidade, mas corrupção de uma ou outra pessoa, que terá que pagar. Se alguém fizer merda, vai pagar o preço”, continuou.

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Lula também voltou a dizer que o combate à corrupção é mérito do PT, que foi o partido quem começou a “tirar a sujeira de debaixo do tapete”. “Se tem um brasileiro indignado sou eu. Indignado com a corrupção. Tenho certeza que neste País nunca teve ninguém com a valentia e a coragem da presidente Dilma em fazer investigação”, afirmou.

PT apresenta manifesto para enfrentar crise política
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O ex-presidente também criticou a violência do debate e disse que não é possível permitir que alguém seja xingado na rua apenas por estar vestindo uma camisa vermelha. “As pessoas estão perdendo o direito de andar na rua. As pessoas estão sendo agredida nos aviões. As pessoas são agredidas sem prova nenhuma”, disse.

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Falando para uma plateia lotada no Sindicato dos Bancários de São Paulo, Lula disse que as manchetes dos jornais contra Dilma são “mais violentas e mais virulentas” do que as manchetes da época em que era presidente e defendeu o ajuste fiscal proposto pela petista.

“Eu fiz um ajuste que era necessário, e agora a companheira Dilma tem a necessidade de dar uma parada”, disse Lula. “Há uma conjuntura altamente desfavorável que não dependeu da Dilma. Se o aumento da energia foi necessário, não tenho dúvida nenhuma de que, quando as coisas melhorarem, a Dilma vai começar a ajustar as coisas”, continuou o ex-presidente, que ainda admitiu erros do governo na política tarifária. “Nós cometemos equívocos. Porque não se aumentou a gasolina desde 2012? Porque não queríamos que a inflação subisse”, afirmou.

No final de seu discurso, Lula disse que o movimento contra Dilma tem a intenção de “tirar o povo do poder”, mas que aqueles que desejam o lugar da presidente devem “esperar 2018”. “Nós aprendemos a respeitar a luta democrática”, afirmou. Quanto às manifestações contrárias ao governo, Lula disse que todos têm o direito de protestar. “Não temos que ficar com raiva dos que vão às ruas contra nós”, aconselhou.

"Dia Nacional de Lutas"

O ato desta terça-feira, batizado "Dia Nacional de Lutas", foi uma convocação para duas manifestações marcadas para os dias 7 de abril e 1 de maio.

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Além do PT, estiverem presentes o PCdoB, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e movimentos negros. Em seus discursos, os líderes criticaram o “golpismo” e saíram em defesa das reformas política, agrária e tributária, bem como da democratização da mídia.

Ontem, os dirigentes da sigla divulgaram um manifesto no qual pedem um reencontro com suas bandeiras históricas e convocam o partido a “corrigir rumos” e “sair da defensiva”. Entre as medidas apontadas como possíveis saídas para a crise está a reaproximação do partido com os movimentos sociais.

Fonte: Terra
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