A nota oficial em que Brasil e Colômbia manifestam "profunda preocupação" com a ordem de prisão emitida pelo Ministério Público da Venezuela contra Edmundo González passou pelo crivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou nesta terça-feira, 03, com Lula, por telefone, e disse a ele que a situação na Venezuela vem se agravando dia a dia. Depois de submeter o rascunho da nota com Lula, Vieira acertou o texto com o chanceler da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, que levou o documento para o presidente Gustavo Petro.
Apesar de destacar que a medida contra González - diplomata que em julho disputou as eleições contra Nicolás Maduro - dificulta a busca por "solução pacífica" negociada, a nota emitida por Brasil e Colômbia não significa o rompimento de relações com a Venezuela.
Mesmo assim, na avaliação do Itamaraty e do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, Caracas resiste a qualquer tentativa de acordo para conter a escalada autoritária.
Lula não reconhece a vitória do ditador Maduro e, a portas fechadas, tem avaliado que, depois de mais de um mês das eleições, nem mesmo a divulgação dos boletins de urna podem provar mais nada.
Como mostrou o Estadão, a conversa entre o presidente e o chanceler Mauro Vieira foi combinada logo após a notícia sobre a ordem de prisão contra González.
Depois de submeter o rascunho da nota com Lula, Vieira acertou o texto com o chanceler da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, que levou o documento para o presidente Gustavo Petro.
A prisão de González foi pedida pelo Ministério Público sob o argumento de que ele ignorou intimações para prestar depoimentos após acusar fraude nas eleições da Venezuela.