Lula diz a Dilma que é preciso evitar a CPI da Petrobras

5 abr 2014 - 09h25

Durante encontro de três horas com a presidente Dilma Rousseff na sexta-feira, o ex-presidente Lula disse que é preciso fazer de tudo para segurar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, considerada uma "arma" perigosa na direção de Dilma. A reunião entre os dois ocorreu em um hotel da zona sul de São Paulo e foi a primeira depois que veio à tona a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobas. O negócio é investigado pelo Ministério Público Federal e pelo Tribunal de Contas da União por suspeitas de superfaturamento. Para Lula, Dilma está na defensiva e precisa reagir, intensificando viagens para mostrar que o governo está fazendo. Na opinião do petista, a campanha começa a esquentar agora, porque, além do senador Aécio Neves (PSDB-MG), Dilma terá em seu encalço o presidente do PSB, Eduardo Campos, que deixou ontem o governo de Pernambuco. As informações foram publicadas no jornal O Estado de S. Paulo. 

A estratégia do governo para inviabilizar a apuração do superfaturamento nos negócios da estatal consiste em apresentar sempre novos pedidos de CPI. Na prática, o governo conta com a proximidade da Copa e do calendário de campanha eleitoral para enterrar de vez a comissão. Lula avalia que Dilma acabou puxando a crise para o Planalto quando disse que só votou favoravelmente à compra de Pasadena porque recebeu laudos incompletos sobre o negócio, quando era ministra da Casa Civil e presidia o Conselho de Administração da estatal. O petista não gostou de ver sua sucessora praticamente apontando o dedo para José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobrás e indicado por ele para o cargo.

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Fonte: Terra
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